DA REDAÇÃO
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou os pagamentos de salários acima do teto no serviço público. Ele defendeu que seja feita uma nova discussão em torno da autonomia financeira dos poderes, dada pela Constituição de 1988.
“A preocupação, na época, era evitar que o Executivo asfixiasse Judiciário e Legislativo. Não era para dar a eles o poder de fazer contracheques gordos. Virou ‘baguncismo. No Judiciário, um festival de maluquices’. Todo mundo quer autonomia financeira. A Defensoria Pública conseguiu e a primeira coisa que fez foi dar-se auxílio moradia”, disse o ministro, para o jornal O Estado de São Paulo.
Uma alternativa, segundo Gilmar Mendes, seria criar um comitê formado por membros dos três poderes, que discutiria sobre a alocação dos recursos destinados à manutenção dos órgãos públicos.
A fala do ministro se deu depois da divulgação dos pagamentos de supersalários a juízes de Mato Grosso. Somente em julho, o juiz Mirko Vincenzo Giannotte, da 6ª Vara de Sinop, recebeu R$ 415.693,02 líquido de salário, segundo dados do portal da transparência do Tribunal de Justiça. O valor bruto pago foi de R$ 503.928,79.
