RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O secretário de Infraestrutura de Mato Grosso, Marcelo Duarte, disse, em entrevista ao programa Conexão Poder, que não há motivos para a pasta romper o contrato anual de R$ 6 milhões com a Faespe (Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual) – acusada na Operação Convescote de prestar serviços fictícios a órgãos públicos com o objetivo de desviar dinheiro.
Para Marcelo Duarte, apesar de haver fortes indícios de desvios de valores em contratos da Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas do Estado (TCE), na Sinfra o caso é diferente.
“Teve problemas, mas na nossa gestão é diferente. Eu tenho muita responsabilidade em relação a isso e a maneira que nós estamos gerindo o contrato me deixa tranquilo”, defendeu o secretário.
A Faespe presta serviço à pasta desde o início da gestão do governador Pedro Taques (PSDB) com a finalidade de desenvolver projetos relativos aos setores de infraestrutura. O serviço custa R$ 500 mil mensais aos cofres do Estado.
“Teve problemas, mas na nossa gestão é diferente. Eu tenho muita responsabilidade em relação a isso e a maneira que nós estamos gerindo o contrato me deixa tranquilo”, defendeu o secretário.
“Nós temos um convênio de melhoria de gestão na Secretaria. Além disso, tem muita gente, via contrato da Faespe, que está executando projetos”, argumentou.
Os contratos com a fundação se tornaram suspeitos depois que a investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado) mostrou que integrantes de uma organização criminosa, dentro e fora da administração pública, conseguiram desviar dos cofres do TCE e do Legislativo pelo menos R$ 3 milhões, entre os anos de 2015 e 2016. No entanto, investigações do próprio Ministério Público Estadual (MPE) apontam que esse valor pode ser bem maior e ultrapassar os R$ 15 milhões.
O grupo abria empresas fictícias com contas bancárias na Cooperativa de Crédito Sicoob, por meio das quais recebia recursos provenientes de contratos com órgãos públicos. Todas as empresas investigadas tinham sempre a mesma atividade econômica: Serviços Combinados de Escritório e Apoio Administrativo.
Como as empresas eram dos próprios funcionários da fundação, parte dos recursos seguia para as empresas e o restante para os servidores que organizaram o esquema criminoso. O Gaeco ainda explicou que uma funcionária da Faespe atestava as notas fiscais dos supostos serviços e não um servidor público.
“Nossa gestão está sendo muito austera e firme em relação a isso”, resumiu Marcelo Duarte.