facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 14 de Maio de 2024
14 de Maio de 2024

11 de Setembro de 2017, 11h:43 - A | A

CONEXÃO PODER / A GRANDE QUADRILHA

Fraudes em contratos desviaram R$ 1 bilhão do Estado, aponta controlador

O valor foi detectado em auditorias realizadas pela atual administração estadual após o fim do mandato do ex-governador Silval Barbosa, no final de 2014.

CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO



As fraudes em contratos do Governo praticadas durante a gestão Silval Barbosa (PMDB) desviaram, pelo menos, R$ 1 bilhão do Estado. O valor foi detectado em auditorias realizadas após o fim do mandato de Silval, no final de 2014.

As informações são do controlador-geral do Estado, Ciro Gonçalves, que explicou que do total do orçamento, 50% é passível de fraudes e corrupção e as auditorias realizadas no início de 2015 revelaram que de R$ 5 bilhões em contratos, 20% estavam marcados por irregularidades.

“Revelamos em julho de 2015, que R$ 1 bilhão foi roubado do Estado, através de fraudes de toda ordem. Não era uma estimativa, era uma indicação, contrato a contrato, de onde tínhamos problemas. Por exemplo, nos contratos de manutenção de nossas rodovias, que são uma despesa expressiva”, apontou o controlador, em entrevista para o Conexão Poder.

Ciro pontuou ainda desvios de dinheiro em despesas com eventos e na área de tecnologia da informação.

“Revelamos em julho de 2015, que R$ 1 bilhão foi roubado do Estado, através de fraudes de toda ordem. Não era uma estimativa, era uma indicação, contrato a contrato, de onde tínhamos problemas. Por exemplo, nos contratos de manutenção de nossas rodovias, que são uma despesa expressiva”, apontou o controlador.

“Tudo isso está catalogado, dinheiro a dinheiro, real a real. E foram nossas providências, esse trabalho em cadeia de auditorias, que têm facilitado o caminho das investigações pela Justiça. Foi exatamente esse conjunto de provas que levou, inclusive, à prisão do ex-governador”, afirmou.

Ele informou que outras auditorias estão sendo conduzidas pela Controladoria após a delação de Silval Barbosa vir à tona. Segundo Ciro, grande parte do que foi revelado pelo ex-governador já constava nos trabalhos realizados.

“Estamos enxergando a saída com as revelações, mas ainda não chegamos onde queremos, porque temos recursos para serem repatriados de empresas e agentes políticos que se beneficiaram. [A delação] Não foi uma surpresa, principalmente, quanto às empresas e eventos, pois 90% das indicações feitas estavam nas auditorias”, declarou o controlador.

“Existe uma articulação com as investigações e faremos novas auditorias, principalmente, em relação às empresas contratadas para a manutenção de rodovias estaduais, transportadoras e frigoríficos. Essas empresas deverão sofrer penas duras, com a nova lei de combate à corrupção, com efeito em seus patrimônios”, explicou.

O controlador exemplificou que da despesa com manutenção de estradas, como tapa-buraco e pintura de meio-fio, em 2014, foram gastos R$ 140 milhões. Já, em 2015, nos mesmos serviços foram utilizados R$ 60 milhões.

“Isso quer dizer que R$ 80 milhões, por ano, era o excedente da propina. Para que se possa entender, esse valor é o custo da construção do novo Pronto- Socorro de Cuiabá. Ou seja, o excedente da propina pagaria um pronto-socorro por ano”, explicou.

Ciro explicou ainda os casos de propina em outros setores, como do contrato do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que Silval revelou ter cobrado 3%.

“Isso quer dizer que R$ 80 milhões, por ano, era o excedente da propina. Para que se possa entender, esse valor é o custo da construção do novo Pronto- Socorro de Cuiabá".

“Parece pouco, 3%, mas era sobre R$ 1,5 bilhão. Existiam contratos em que era cobrado 20% do valor em propina. Nós temos outro caso em um contrato de tecnologia de informação para digitalização de documentos. Isso está na delação do ex-governador. Ele afirma que 50% do faturamento junto à empresa era propina. E em entre os anos de 2012, 2013 e 2014 o total faturado foi de R$ 70 milhões. Ou seja, R$ 35 milhões era de propina”, informou.

Outro ponto destacado pelo controlador-geral diz respeito à participação de políticos nos esquemas de corrupção. Eles teriam forte influência em setores da administração pública.

“Existem agentes políticos enumerados na delação que não estavam na auditoria porque não tinha câmera escondida. Não tinha acesso a sigilo telefônico bancário e tudo mais, mas que tínhamos conhecimento de que tinham forte influência em áreas do Poder Executivo”.

Entre os setores que sofriam influência, segundo Ciro Gonçalves, estavam o de tecnologia da informação, no antigo Cepromat, no Detran e em Secretarias como a de Administração, Infraestrutura e a Secopa.

“Em cada célula dessa, existiam atores políticos que tinham maior influência, como por exemplo no incentivo fiscal, que quem operava era um determinado grupo político, capitaneado pelo ex-governador”, comentou.

Segundo ele, esses contratos serão novamente auditados e o Estado deverá romper com as concessões.

Confira a entrevista na íntegra

Comente esta notícia

Sebastiao Canuto 12/09/2017

E tudo isso e a CGE não viu nada? agora entendo a subita elevacao dos salarios dos Controladores.... atualemte é o melhor do Estado, desbancado o Auditor Fiscal da SEFAZ..... Nao pode uma Controladoria séria pactuar com as mazelas realizadas no governo Silval... e vejam que são os mesos Controladores, os de ontem são os de hoje.... e somente agora viram tudo isso;;/

positivo
0
negativo
0

Eduardo Alvarenga 11/09/2017

O andou fazendo o TCE - Tribunal de Contas do Estado? os caras fazem o que, ninguém vê nada, não acha irregularidade? Acho que são e conivente, isso sim.

positivo
0
negativo
0

2 comentários

1 de 1