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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
13 de Maio de 2024

24 de Abril de 2011, 12h:07 - A | A

VARIEDADES /

Obras em Cuiabá provocam incômodo em moradores



CAROLINA HOLLAND 11h01
DIÁRIO DE CUIABÁ

O bom momento que vive a construção civil em Cuiabá trouxe inegáveis benefícios, como geração de emprego e renda a milhares de trabalhadores, assim como ajudou a diminuir o déficit habitacional.

Mas viver próximo a um canteiro de obras pode ser um desafio. Os moradores têm de aprender a conviver com o lado ruim das construções, como muito barulho, poeira e outros problemas. Nem sempre a fiscalização funciona e não é incomum encontrar excessos nas construções.

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A funcionária pública Lizete Faria de Campos, de 67 anos, vive em uma rua ao lado de uma construção de um prédio, no bairro Consil. "Essa obra acabou com meu sossego. As portas e as janelas têm que ficar fechadas o dia inteiro por causa da poeira da obra", reclama.

Ela conta que já pediu inúmeras vezes para os trabalhadores do canteiro molharem a rua pelo menos uma vez por dia para "baixar" a poeira, mas não foi atendida. "Eles fazem isso de vez em quando, sendo que tinha que ser feito diariamente", conta.

As obras geraram também outro problema relacionado à água. A falta do produto tornou-se recorrente desde que o prédio começou a ser erguido. "A gente chega a ficar até três dias sem água. Quem vai resolver isso?", questiona. Lizete Campos afirma que outros vizinhos também reclamam dos mesmos problemas.

O barulho das obras, principalmente aos finais de semana, também são motivo de queixa de quem mora perto de obras. "Teve um morador aqui que pediu para que, aos sábados e feriados, as máquinas fossem ligadas às 8h, e não às 7h, como de costume", diz o operador de máquinas Cléber Luiz Pedroso, que trabalha em uma construção na avenida Senador Metello.

"A gente até entende que as pessoas querem poder dormir um pouco mais aos finais de semana, mas temos um cronograma a cumprir", acrescenta. Outro operário da mesma obra afirma que reclamações semelhantes acontecem em outras construções.

Apesar das queixas como as relatadas acima, o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção de Mato Grosso, Cesário Siqueira Gonçalves Neto, garante que as obras das construtoras estão dentro do limite legal. "Inclusive as normas de higiene são cumpridas. Um exemplo é o da construção da Arena Pantanal, onde todos os caminhões têm os pneus lavados antes de deixar o canteiro", diz.

Cerqueira comenta ainda que compreende que as pessoas fiquem incomodadas, mas que não há outra alternativa a não ser aprender a lidar com certos incômodos por um tempo. "Não há construção sem barulho e sem sujeira. Infelizmente, é assim que funciona".

Entretanto, os moradores que perceberem que há excessos ou irregularidades nas obras podem recorrer à Secretaria de Meio Ambiente e Assuntos Fundiários (Smades) da prefeitura de Cuiabá. João Rodrigo Ezequiel, da Diretoria de Fiscalização da Pasta, diz que a denúncia é o principal instrumento que a população tem para fazer valer suas reclamações.

"Dessa forma, podemos ir até o local e ver se há alguma irregularidade". O diretor diz que as construtoras precisam se adequar a certas normas para poder erguer suas obras. O limite máximo de decibéis, por exemplo, é de 55 em áreas comerciais e 50 em regiões residenciais. Quanto à sujeira, Ezequiel afirma que as empresas precisam colocar uma espécie de proteção no entorno da construção, para evitar que a poeira saia.

A punição para as construtoras que não respeitam as normas vão desde notificação e multa até o embargo da obra. As pessoas que tiverem alguma denúncia ou reclamação podem ligar para o telefone da Smades: 3645-6110

 

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