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Cuiabá, 08 de Maio de 2024
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08 de Janeiro de 2019, 09h:20 - A | A

VARIEDADES / SAÚDE DO HOMEM

Disfunção erétil afeta metade dos homens após os 40 anos

A disfunção erétil (DE) é definida como a incapacidade de iniciar ou manter uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória.

UOL



A ereção é um sistema engenhoso que depende do sistema nervoso, da circulação sanguínea e de várias estruturas na região do pênis. O centro do órgão sexual masculino, da base à glande, é formado pelos corpos cavernosos, que são duas espécies de cilindros interconectados que funcionam como câmaras, e um terceiro cilindro que envolve a uretra e se chama corpo esponjoso.

Como ocorre a ereção

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Após um estímulo erótico que envolve qualquer um dos sentidos, o cérebro envia sinais nervosos para a região peniana, o que gera um grande influxo de sangue na região do pênis. À medida que os corpos cavernosos se enchem, o corpo esponjoso se expande e o pênis se alonga. Por um sistema que se assemelha a uma válvula, o sangue é aprisionado nas câmaras, o que garante rigidez suficiente para a penetração. Após a ejaculação, o fluxo de sangue diminui, o sistema de válvula se abre e a estrutura se torna flácida de novo.

Para que esse processo ocorra de maneira satisfatória e consistente, são necessárias terminações nervosas que tragam o estímulo, artérias capazes de se dilatar e trazer o sangue com alto fluxo, e corpos cavernosos relaxados o suficiente para ativar esse sistema de válvula.

Essa estrutura interna do pênis é uma mistura de vasos sanguíneos com células de musculatura lisa que não é controlada voluntariamente, mas que responde a estímulos, assim como a musculatura cardíaca. O óxido nítrico é o principal mensageiro químico envolvido no relaxamento dos corpos cavernosos.

O que é disfunção erétil?

A disfunção erétil (DE) é definida como a incapacidade de iniciar ou manter uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória. O conceito é amplo e pode ocorrer por uma dificuldade ou falha no funcionamento de uma ou mais estruturas envolvidas. Embora muita gente utilize o termo "impotência sexual" para se referir ao problema, os especialistas evitam utilizá-lo por causa da conotação negativa que possui.

Problema é muito comum

Segundo pesquisas da Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de metade dos homens com mais de 40 anos apresentam queixas relacionadas à ereção. Estudos norte-americanos mostram uma prevalência de disfunção erétil pelo menos leve em torno de 40% aos 40 anos e de quase 70% aos 70 anos. Para disfunção grave, as proporções são ao redor de 20% e 50%, respectivamente. Os números são parecidos no mundo todo, o que comprova que o problema é mais frequente do que se imagina.

Causas e tipos Existem diversas classificações para a disfunção, mas a maioria dos especialistas leva em consideração três principais tipos de DE:

Orgânica

Mais comum a partir dos 40 anos, envolve uma causa física. Problemas cardiovasculares, metabólicos, neurológicos, hormonais, cirurgias ou uso de certos medicamentos ou substâncias são os motivos mais frequentes por trás do problema.

Psicogênica

Quando não há qualquer problema físico que explique a dificuldade, o que é mais frequente em jovens. O principal responsável por esse tipo de disfunção erétil é a ansiedade e o medo de falhar. Nesse caso, fatores psicológicos têm uma consequência física: os picos de adrenalina levam à contração das estruturas que deveriam estar relaxadas para a válvula que mantém a ereção funcionar.

Mista

Quando a dificuldade envolve fatores físicos e psicológicos.

Uma das principais diferenças da disfunção erétil psicogênica e orgânica é que, no primeiro caso, a dificuldade simplesmente desaparece em certas situações. Por isso uma das primeiras perguntas que o médico vai fazer em caso de queixas é sobre as ereções não sexuais, como as masturbatórias ou as ereções noturnas e matinais, que ocorrem normalmente. Se nessas situações estiver tudo bem, é provável que a ansiedade esteja por trás do problema.

Fatores de risco Idade:

quanto maior a idade, maior a propensão à disfunção erétil.

Problemas emocionais: depressão, ansiedade, medo de desapontar a(o) parceira(o), problemas de relacionamento e estresse têm reflexo direto no desempenho sexual.

Abuso de álcool: a embriaguez pode gerar uma inibição tão grande que a ereção não se sustenta. Além disso, a desidratação resultante do consumo excessivo também pode atrapalhar a circulação no pênis.

Drogas ilícitas: embora no início a sensação seja de melhora, com o tempo ou o abuso, substâncias como cocaína, maconha e drogas sintéticas tendem a prejudicar a ereção e a libido por seus efeitos no cérebro.

Anabolizantes: o uso de esteroides em altas quantidades ou por longos períodos interfere na produção natural de testosterona.

Medicamentos: alguns remédios podem ter problemas de ereção como efeito colateral. É o caso de certos tipos de anti-hipertensivos, antipsicóticos, ansiolíticos e antidepressivos, entre outros.

Cirurgias: procedimentos como cirurgias para retirada da próstata, bem como a radioterapia pélvica, podem resultar em lesões nos nervos. Os riscos são variáveis, e muitas vezes o problema é apenas temporário.

Problemas hormonais: o diabetes pode afetar a ereção por alterar o funcionamento de artérias e nervos; níveis baixos de testosterona (hipogonadismo), hiperprolactinemia e distúrbios da tireoide também podem interferir negativamente, e devem ser tratados.

Problemas neurológicos: qualquer doença que afete o cérebro (como Alzheimer e Parkinson), a medula ou os nervos periféricos pode afetar a função erétil.

Tabagismo: as substâncias do cigarro prejudicam as artérias e a circulação sanguíneas.

Pressão alta, sedentarismo, obesidade e colesterol alto: os mesmos fatores de risco para aterosclerose e doenças cardiovasculares são uma ameaça às ereções, já que gera prejuízos à circulação.

Diagnóstico

Todo homem que apresenta queixas relacionadas à ereção deve consultar o urologista. Além de avaliar os sintomas e o histórico do paciente, o médico pode solicitar alguns exames, como perfil hormonal, o ecodoppler peniano (que avalia o fluxo arterial e o funcionamento do mecanismo de válvula) e o teste de intumescência peniana noturna (com uso de um aparelho que analisa a qualidade das ereções durante a madrugada).

A disfunção erétil costuma ser um sinal precoce de doenças cardiovasculares. Homens com o problema têm risco mais alto de infarto e AVC (acidente vascular cerebral), segundo pesquisas, por isso é recomendável que uma avaliação cardiológica acompanhe o diagnóstico.

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