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Cuiabá, 05 de Maio de 2024
05 de Maio de 2024

24 de Abril de 2024, 09h:51 - A | A

POLÍCIA / LIBERDADE A QUALQUER CUSTO

MP é contra pedido de Carlinhos Bezerra para se recuperar de cirurgia em casa

Segundo o promotor, o filho do ex-deputado Carlos Bezerra acredita estar acima da lei.

RENAN MARCEL
DO REPÓRTER MT



O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) se manifestou contrário ao pedido da defesa do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, 57 anos, para que ele faça o tratamento pós-operatório de uma cirurgia, que sequer foi realizada ainda, em casa.

Para o procurador Jaime Romaquelli, que assina a manifestação do MP, o pedido representa "nada mais que uma tentativa escandalosa de manter o réu, autor de dois crimes contra a vida, em liberdade".

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"Cinco dias após a denegação do HC, um novo capítulo na tentativa de obter benefícios indevidos em favor do requerente", observa o procurador, referindo-se à decisão da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, que manteve a prisão dele na semana passada.

Leia mais: Desembargador diz que crime foi cometido por "prazer pelo mal" e TJ mantém prisão de Carlinhos Bezerra

Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do ex-deputado Carlos Bezerra, está preso há mais de um ano e responde pelo duplo homicídio de sua ex-companheira, Thays Machado e do então atual namorado dela, Willian César Moreno.

O crime ocorreu à luz do dia, em 18 de janeiro de 2023. Desde então, a defesa tenta colocá-lo em liberdade. O assassino até conseguiu medidas cautelares diversas da prisão, mas por desrespeitar as determinações da Justiça foi preso novamente, em fevereiro deste ano.

"O requerente, por ser filho de família abastada, com elevada importância político-social, acredita que após matar a ex-companheira e uma terceira pessoa que estava em companhia dela, deve ficar solto como se nada tivesse acontecido; acredita estar acima da lei", avalia o MPMT.

Agora, no pedido à Justiça, a defesa de Carlinhos Bezerra apresentou relatório médico emitido pela empresa Vida Mental Perícias, do estado de São Paulo, assinado por um médico psiquiatra e uma psicóloga.

O documento diz que ele precisa se submeter a avaliações médicas externas e realizar cirurgias oftalmológicas, como facectomia com implante de lente intraocular em ambos os olhos, além de cirurgia vascular para resolver problemas de varizes nas pernas.

Por isso, requer autorização para sair da prisão, com escolta para a realização de exames, assim como para as realizações das cirurgias e por fim, que o pós-operatório seja feito em casa.

O MPMT coloca em xeque a documentação da empresa de São Paulo e pede que o assassino de Thays Machado e Willian César Moreno seja avaliado pela unidade médica da unidade prisional onde está, no Ahagemon Dantas, em Várzea Grande. 

"Não é documento isento e digno de confiabilidade, pois os subscritores já demonstraram em outros laudos juntados aos autos que estão se servindo de suporte para advogar a liberdade do réu a qualquer custo".

Por fim, a 26ª Promotoria de Justiça de Mato Grosso se manifesta contrária ao deferimento do pedido do tratamento pós-operatório da cirurgia que ainda não ocorreu e recomenda e caso essas cirurgias sejam mesmo necessárias devem ser feitas com escolta policial assim como os exames prévios. 

"É evidente que a recuperação de cirurgias dessa natureza se dá com repouso por menos de uma semana, não havendo necessidade de estar em domicílio", diz o MP, lembrando que é preciso "de evitar que em fase de eventual recurso venham a ocorrer equívocos em favor do réu, por desconhecimento dos capítulos anteriores do mesmo filme". 

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