RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
O juiz orge Tadeu, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá manteve as prisões do principal rival de João Arcanjo Ribeiro no jogo do bicho em Mato Grosso, Frederico Muller Coutinho e outras cinco pessoas.
A decisão circula no Diário Oficial e Justiça, desta segunda-feira (24). Além de Frederico, também foram mantidas as prisões de Rosalvo Ramos de Oliveira, Glaison Roberto Almeida da Cruz, José Carlos de Freitas, João Henrique Sales de Souza e Haroldo Clementino Souza.
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Todos foram presos após a deflagração da Operação Mantus, no dia 29 de maio. O processo está em segredo, mas, conforme o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), esses que tiveram prisão mantida são do grupo liderado por Frederico.
Além destes cinco, o grupo de Frederico abrange 19 pessoas detidas na Operação Mantus.
Operação Mantus
A operação cumpriu 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar. As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões. Uma das organizações, conforme a polícia, era liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra era liderada por Frederico Müller Coutinho.
O comendador
João Arcanjo Ribeiro, conhecido como “comendador”, é acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso, nas décadas de 80 e 90, sendo o maior “bicheiro” do Estado, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de reais em impostos, entre outros crimes.
No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação da Polícia Federal, Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido pelos crimes de contravenção penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio. A prisão do bicheiro foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai. Arcanjo conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018, após 15 anos preso.
O comendador II
O empresário Frederico Müller Coutinho é um dos delatores da Operação Sodoma, que investigou fraudes, que resultaram na prisão do ex-governador Silval Barbosa. Müller trocava cheques no esquema e chegou a passar dinheiro para o então braço direito do ex-governador. Os cheques teriam sido emitidos como parte de um suposto acordo de pagamento de propina ao grupo político do ex-governador.