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O ex-cabo da Polícia Militar de Mato Grosso, Hércules de Araújo Agostinho, foi condenado na madrugada desta sexta-feira (8) a cumprir a pena de 27 anos e 11 meses de reclusão em regime inicialmente fechado pela morte dos irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, o Zezeca, assassinados em agosto de 1999 e dezembro de 2000, respectivamente, em Rondonópolis.
A pena estabelecida pela morte de Brandão foi de 13 anos e três meses, enquanto que a pena pelo homicídio contra Zezeca foi de 13 anos e seis meses. O adicional de três meses é devido ao agravante de idade, pois a vítima tinha na época mais de 60 anos. Além disso, Hércules foi condenado a mais um ano e dois meses pelo crime de formação de quadrilha ou bando pela associação a mais pessoas na execução dos homicídios.
O julgamento de Hércules foi realizado no Tribunal do Júri da Comarca de Rondonópolis e teve início às 8h40 desta quinta-feira (8) e terminou as 00h45 desta sexta. O juiz presidente do julgamento, João Alberto Menna Barreto, solicitou reforço de segurança com um maior número de efetivos e viaturas, a fim de evitar riscos e uma eventual fuga ou resgate do réu.
Entre os indícios que levaram à condenação de Hércules estão três confissões semelhantes feitas pelo réu e a reconstituição espontânea também por ele realizada algum tempo após ser preso. Na reconstituição, o ex-cabo mostrou entre outras provas, como empreendeu fuga após cometer os homicídios e onde recebeu o dinheiro pago pelas mortes. As testemunhas arroladas na época confirmaram os mesmos fatos reconstituídos por Hércules.
Para o advogado e neto da vítima Zezeca, Gustavo Medeiros de Araújo Neto, que também foi assistente de acusação no julgamento, a pena aplicada poderia ter sido maior. “Esperava uma pena maior porque ficou próximo do mínimo. Ainda vamos analisar se vamos recorrer ou não”, declarou.
Apesar das confissões e da reconstituição, durante o interrogatório na tarde desta quinta-feira, Hércules negou ser o autor dos homicídios e afirmou que só confessou os crimes quando foi preso, em 2003, obrigado pelos delegados que presidiram o inquérito na época, Henrique Meneguello e Jales Batista, além do promotor Mauro Zaque de Jesus.