MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
A Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso investiga suposta participação do cabo Jalles Souza Dutra no sequestro do jovem Denílson dos Santos Ferreira, 20 anos, ocorrido no dia 26 de novembro passado na cidade Sinop (500 km de Cuiabá).
Denílson foi imobilizado por homens encapuzados, fortemente armados, e colocado dentro de uma Toyota SW4 quando chegava em casa, no Bairro Sebastião de Matos I. Ele tinha ido à farmácia comprar um medicamento para a filha de dois anos. O crime foi presenciado pelo irmão mais novo do rapaz.
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Além do sequestro, o militar também responde a um Inquérito Policial Militar (IPM), por ter invadido, com mais 12 pessoas, uma fazenda de 14 mil hectares no Distrito de Santo Antônio do Rio Bonito, em Nova Ubiratã (482 km da Capital), em dezembro do ano passado. Ele foi preso durante uma operação de forças especiais da PM e indiciado por associação criminosa, cárcere privado e sequestro, roubo, esbulho possessório e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e restrito.
Jalles foi denunciado pela mãe de Denílson, Márcia dos Santos, além de outra testemunha que teria identificado o policial no dia do sequestro, cujo depoimento consta nos autos do processo da sindicância da Corregedoria.
ReporterMT/Arquivo Pessoal
Família afirma que Denílson se afastou das drogas depois do nascimento da filha
No depoimento, Márcia afirma que uma testemunha, que estava na varanda de sua casa, reconheceu o cabo, que na hora do sequestro estaria no interior do veículo. Segundo a mulher, ao capturar Denílson, o policial teria dito: “Pensou que eu não fosse te pegar?”.
Marcia também afirma que Jalles tinham rixa com o filho depois de prendê-lo por posse de droga.
A mãe detalha que o policial havia dito para Denílson que estava matando “piás delinquentes” do bairro e que iria matar outras pessoas, incluindo uma mulher, e que até teria revelado o nome das vítimas.
“Tudo leva a crer que tenha sido o Jalles que pegou meu filho. Por favor, me ajudem saber a verdade. Não aguento mais tanta dor é sofrimento", conta.
No relato, Marcia também cita ainda a filha de Denílson, que pergunta constantemente por ele: "Ela não para de querer o pai e eu não sei mais o que dizer”, acrescenta.
Sequestro antes de depoimento
Ao 
, Marcia disse que o filho estava disposto a relatar as ameaças do cabo durante uma audiência de instrução, marcada para 28 de novembro, em que Denílson havia sido denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por posse de drogas para consumo pessoal (artigo 28 da Lei 11.343, de 2016). Jalles foi arrolado como testemunha no processo.
No entanto, Denílson foi sequestrado em 26 de novembro, ou seja, dois dias antes da audiência na Sétima Vara do Fórum de Sinop. Márcia acredita que o sequestro do filho tem ligação direta com o depoimento que ele iria prestar à Justiça.
O que diz a Polícia Civil
O delegado Carlos Eduardo Muniz, responsável pelas investigações, confirmou que a informação do suposto envolvimento do policial militar no sequestro chegou até Polícia Civil.
Disse que toda informação que envolve agentes de segurança é relevante, no entanto, destacou que investigação ainda verifica a pertinência da denúncia para o inquérito policial sobre o desaparecimento do rapaz.
“Esse caso não está encerrado, pois ainda não tivemos uma resposta plausível. É uma situação extremamente complexa, que a gente não conseguiu depurar a informação, tonar ela clara”, disse o delegado.
RepórterMT/Só Notícias
Delegado Carlos Muniz confirma que informação do suposto envolvimento do PM no sequestro de Denílson chegou à Polícia Civil
Sequestro
No dia do sequestro, o rapaz estava numa bicicleta e voltava da farmácia, depois de comprar remédios para a filha. Ele foi surpreendido por quatro homens vestidos de preto, fortemente armados, que desceram da SW4 e o puxaram para dentro do veículo.
Tudo aconteceu na frente do irmão de Denílson e próximo à casa da família. Depois de capturar o jovem, o grupo fugiu do local sentido à BR-163.
O irmão da vítima afirmou aos investigadores que no momento do sequestro se escondeu com medo de ser identificado, por isso não conseguiu ver com detalhes os criminosos.
Denílson era usuário de drogas, mas, segundo os familiares, há um ano estava afastado do vício e se dedicando à família, principalmente, à filha
Outro lado
O não conseguiu contato com o militar até a publicação desta reportagem.
Atualizada 18.03.19, às 10h08 - O esclarece que cometeu um equívoco na matéria “Cabo da PM estaria envolvido em sequestro de jovem desaparecido há 4 meses”, publicada em 17 de março de 2019.
Quando matéria foi postada originalmente no site, na foto de capa consta a imagem do policial militar, soldado Cesário. No entanto, a reportagem era sobre um procedimento da Corregedoria da PM, que investiga a conduta profissional do cabo Jalles Souza Dutra.
Assim que a redação do foi comunicada do erro, retirou imediatamente a foto do soldado Cesário.
O ressalta ainda que foi induzido ao erro pela reportagem da TV Sorrio – afiliada a TV Record em Mato Grosso, que acompanhou a operação da Polícia Militar, que resultou na prisão do cabo Jalles e do soldado Cesário, que foram acusados de invadir, juntamente com mais 11 pessoas, uma fazenda no Distrito de Santo Antônio do Rio Bonito, em Nova Ubiratã (482 km da Capital), em dezembro do ano passado.
Em determinado momento, ao falar do envolvimento dos dois policiais, a TV troca os nomes dos policiais, ao citar que o advogado de Jalles protegeu o rosto de seu cliente com uma jaqueta para que ele não fosse filmado ou fotografado pela imprensa. Mas na verdade, que tem o rosto escondido é o soldado Cesário
Veja o vídeo da reportagem da TV Sorriso:
O reforça que a reportagem em questão não se trata do saldado Cesário e sim de um procedimento da Corregedoria da PM para investigar a suposta participação do cabo Jalles no sequestro de Denílson dos Santos Ferreira, 20 anos, ocorrido no dia 26 de novembro passado na cidade Sinop (500 km de Cuiabá).
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