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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

26 de Maio de 2020, 08h:47 - A | A

POLÍCIA / CANGACEIRA

Assaltante de banco é presa com diário dos crimes e recortes de jornais

Elisângela Maria da Silva foi condenada a 17 anos de prisão por assaltos cometidos em Poconé em 2004

DA REDAÇÃO



Condenada a 17 anos de prisão por assalto a banco em Poconé, Elisângela Maria da Silva, 45, foi presa em Aparecida de Goiânia (GO), região metropolitana de Goiânia, nesta segunda-feira (25). O mandado de prisão contra ela foi decretado pela juíza de Poconé, Kátia Rodrigues de Oliveira, em março deste ano. Elisângela é apontada como integrante de uma das maiores quadrilhas de assalto a banco na modalidade “Novo Cangaço”, onde criminosos fortemente armados usavam reféns como um escudo humano e aterrorizavam cidades do interior.

Com Elisângela, a polícia apreendeu um diário onde estavam minuciosamente descritos os roubos praticados pelo grupo de assaltantes, que agiam em diferentes estados. No diário constam narrativas detalhadas sobre os roubos praticados e recortes de jornais, com notícias sobre o roubo cinematográfico realizado em Poconé, que eram mantidos como troféus. Nas anotações foram encontrados nomes e apelidos de integrantes e ex-integrantes do bando.

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A condenação de 17 anos é pelos assaltos ao banco do Brasil, Sicoob e Casa Lotérica ocorridos em Poconé, no dia 13 de fevereiro de 2004.

A mulher foi apontada nas investigações, juntamente com seu marido, por dar apoio material à quadrilha.

O grupo, de aproximadamente 10 criminosos, assaltou os locais usando violência e grave ameaça a moradores. Durante o assalto, os integrantes da quadrilha fizeram disparos de forma aleatória utilizando armamentos de diversos calibres, entre eles de uso restrito das Forças Armadas e também armas de guerra como de calibre 7.62, modelo russo AK-47, fuzil americano AR-15, pistolas semiautomáticas calibre 45 e escopetas calibre 12 para amedrontar a população e causar pânico.

Durante o crime em Poconé, os assaltantes fizeram como reféns dois policiais militares, que foram algemados e colocados na carroceria de um veículo e partindo em direção às agências bancárias atacadas. Depois de render funcionários e clientes das agências, o grupo levou todo o dinheiro existente. Na fuga, ainda roubaram uma camionete Ford Ranger, posteriormente, incendiada sobre a ponte do rio Bento Gomes para impedir que fossem perseguidos.

Diário dos crimes

Os criminosos chegaram a Poconé em uma camionete Hilux, que foi roubada dias antes em Cuiabá, pelo marido da mulher presa nesta segunda-feira. Ele foi reconhecido e passou a ser investigado no caso do assalto. Os integrantes do bando frequentavam a residência do casal no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, e lá se reuniam para arquitetar e praticar novas ações. A residência servia de apoio ao grupo criminoso.

Em outra casa alugada pelos membros da quadrilha no bairro Pireneu e também em Várzea Grande, uma batida policial localizou armas longas de diversos calibres, fuzis, capuzes, farta munição e granadas de mão (artefato explosivo de alto poder destrutivo).

O marido da mulher presa também foi apontado como envolvido no sequestro de uma estudante de direito de 24 anos, ocorrido em julho de 2005, em Teresina, capital do Piauí.

Outro companheiro 

Durante as investigações realizadas para a prisão da foragida, os policiais da Polinter descobriram que ela atualmente mantinha relacionamento com outro homem, declarando ser companheira de outro assaltante de bancos, um dos mais procurados do País e preso em uma unidade do Sistema Penitenciário de Goiás. O atual companheiro da mulher era líder de um dos maiores grupos de roubos na modalidade Novo Cangaço, com ações identificadas em vários estados do Centro-Oeste e Nordeste do País. 

Em julho de 2013, o homem que já era foragido da justiça, foi preso em uma operação deflagrada pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais  de Goiás, quando também foram presos 12 integrantes do grupo que realizavam lideradas por ela.

A organização criminosa da qual a mulher fazia parte em Mato Grosso possui mais de 30 integrantes, a maioria criminosos conhecidos como “Novos Cangaceiros”, cuja atuação se caracterizava pela extrema violência no roubo a agências bancárias,  sitiando cidades do interior dos estados e fazendo uso de armamento pesado.

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