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Cuiabá, 12 de Maio de 2024
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19 de Março de 2017, 07h:40 - A | A

PODERES / ENTREVISTA

Zé do Pátio diz que tem apoio político e Rondonópolis será capital no interior

Em segundo mandato à frente da Prefeitura de Rondonópolis, Pátio se diz mais experiente e com condições de fazer o município crescer

CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO



O prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (SD), assumiu o segundo mandato em janeiro deste ano. Sua primeira gestão foi marcada pela cassação, em 2012, após o Ministério Público apontar gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2008 no município.

Três anos depois, quando Pátio já estava no mandato de deputado estadual, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou a cassação, retirando a mancha na reputação do prefeito.

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RepórterMT - Do ponto de vista político, o que mudou de sua primeira gestão para essa?

José Carlos do Pátio - Na primeira vez, houve uma ruptura muito forte. Dessa vez, não. Acabaram as eleições toda a classe política agregou à cidade. Estamos tendo apoio do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), dos senadores José Medeiros (PSD) e Wellington Fagundes (PR), dos deputados federais Adilton Sachetti e Carlos Bezerra (PMDB), e os estaduais Nininho, Sebastião Rezende e Gilmar Fabris que estão destinando emendas para obras de infraestrutura. Toda a classe política se uniu em torno da cidade, com uma vontade de que ela fique ainda mais fortalecida.

RepórterMT - Acredita que bancada já está visando as próximas eleições?

Pátio - A cidade carece de muita infraestrutura, temos uma ferrovia chegando e a cidade não faz nada sozinha. Rondonópolis vai se tornar uma Uberlândia, uma capital do interior, e acredito que todos estão sentindo a responsabilidade de contribuir com a cidade.

 

Assessoria

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Pátio acredita que a classe política se uniu em torno do município, que vem despontando como um polo industrial

 

RepórterMT - Qual a situação real financeira do município quando você assumiu?

Pátio - Pegamos uma dívida muito grande na Coder (Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis), no Sanear (Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis) de quase R$ 3 milhões para a Energisa, mas que estamos negociando o parcelamento para pagar. O passivo era muito alto, mais de R$ 60 milhões de dívidas, mas o município tem um ativo em recursos muito significativo. Então estamos conseguindo buscar o equilíbrio.

RepórterMT - O que é prioridade em sua gestão?

Pátio - A saúde. A UPA (Unidade de Pronto Atendimento) precisa de uma estrutura melhor e a cidade já comporta mais uma. Dependemos ainda de mais apoio para isso. A atual ainda não está credenciada junto ao Governo Federal e estamos trabalhando nisso. A rede precisa ser informatizada e faremos licitação para implantarmos o prontuário eletrônico. Teremos processo seletivo para agentes comunitários de saúde e de endemias. A saúde básica ainda precisa melhorar, mas a saúde de ponta está crescendo, a de alta complexidade está melhorando muito e acredito que a informatização trará a melhoria que queremos na básica.

RepórterMT A crise no Hospital Regional com os médicos já esta equacionada?

Pátio - Sim. O governo praticamente já colocou em dia as dívidas. Acho que o governador está conseguindo contornar isso agora. Fiquei sabendo que deve tirar um pouquinho do dinheiro do Fethab para colocar na saúde, o que significa que vamos ter um recurso melhor para a saúde. Estou sentindo que o governador está focado em melhorar.

RepórterMTO governador tem sido bom para o município?

Pátio - Eu sinto que está avançando. Estamos esperançosos nas questões de apoio. Ele está sinalizando muitas coisas positivas para Rondonópolis. Obras que vão ser importantes ele sinalizou que devem sair do papel, como a ponte e o asfaltamento para uma nova saída da cidade e asfaltamento em bairros.

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Para ele, a saúde é um dos principais gargalos do município, mas já obteve alguns resultados de melhoria

 

RepórterMT - O que pode falar sobre os dois anos da gestão Pedro Taques (PSDB) para o Estado?

Pátio - Acho que o amadurecimento é importante na política. Ele amadureceu e começou a ver e ter condutas melhores, mais ponderadas, mas políticas. Até pouco tempo o governo estava muito técnico e ele tem que ter uma pitada política também. Acredito que ele é uma pessoa bem intencionada, mas achei que em alguns momentos precisou de um pouco de articulação, mas agora está começando a fluir.

RepórterMTQuais as suas expectativas para os próximos dois anos?

PátioAcho que será muito positivo. O governo tem que aproximar um pouco mais do interior. Isso é muito importante, mas com esses mutirões que está realizando aos poucos vai pegando musculatura. Vejo que ele está se esforçando muito.

RepórterMTO senhor pode fazer uma autoanálise do Zé do Pátio entre a primeira e a segunda gestão?

Pátio - Mais experiente, ponderado e isso têm refletido num trabalho com mais tranquilidade, ouvindo mais os setores da sociedade. Acho que aprendemos na vida. Temos que ser humildes e ir aprendendo. Hoje vejo que temos que resolver as coisas no diálogo, com calma. Vou dar como exemplo o fato de eu ter ficado na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Sonegação Fiscal por um ano e meio, quando deputado estadual. Se fosse em outra época não ficaria esse tempo. Eu seria cortado na metade da CPI. Isso já demonstra um amadurecimento e dos próprios colegas, pois mexeu com muitos interesses. O relatório final foi muito forte, apontando mais de R$ 2 bilhões que devem ser devolvidos para o Estado, citando empresas, erros, com auditoria e denúncias fortes.

RepórterMTEssa CPI trouxe algum resultado concreto?

Pátio - O governador já mudou algumas políticas tributárias graças à CPI, como o fim de alguns incentivos fiscais, que agora tem critérios, leis, pois criamos normas mais definidas. O incentivo não era colocado no orçamento, era dado aos “amigos” de forma até criminosa. Ninguém sabia quanto o Estado liberava em incentivos. Hoje sabemos que é de R$ 1,5 milhão mais ou menos. Antes chegava a R$ 5 milhões, mas não era declarado, como se não fosse dinheiro público. A CPI é exemplo de que todos mudaram, porque mexeu com muitos interesses.

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