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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

06 de Setembro de 2017, 07h:30 - A | A

PODERES / CALOTE NO ESQUEMA

Silval diz que irmãos Avalone pagaram propina com cheque sem fundo

Parte da propina de R$ 800 mil que seria repassada pela construtora dos empresários a Eder Moraes foi dada em cheques sem fundos.

DA REDAÇÃO



O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) contou, em depoimento de acordo de delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR), que os empresários Marcelo e Carlos Avalone [atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado], sócios da Construtora Três Irmãos Engenharia Ltda., deram calote em parte da propina proveniente de contratos do programa de pavimentação asfáltica “MT Integrado”, que assegurava investimentos de aproximadamente R$ 1,5 bilhão para pavimentação de 2 mil quilômetros de estradas em todo o Estado.

“Recebi de Silval Barbosa vários cheques da Construtora Três Irmãos. (...) da soma total de aproximadamente R$ 2,8 milhões repassados a Eder de Moraes Dias, a quantia de R$ 800 mil foi em cheques da Construtora”, afirmou Silvio Corrêa.

Segundo o ex-governador e seu ex-chefe de gabinete, Silvio Cezar Corrêa, os irmãos Avalone repassaram R$ 2,8 milhões ao ex-secretário Eder Moraes em forma de propina de “retorno”. Destes, R$ 800 mil em oito ou dez cheques, sendo que parte desse valor não foi quitado porque alguns cheques estavam 'sem fundos'.

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“Vários cheques retornaram sem fundos, sendo que vários cheques foram devolvidos por Valdir Piran [empresário no ramo de factoring]. [Silval diz] Acabei repassando parte desses cheques para Celson Bezerra, que disse ter 'facilidade em receber dos irmãos'”, diz trecho da delação.

Em seguida, o ex-governador explica que os cheques sem fundos foram repassados a Celson Bezerra a pedido de Eder Moraes porque tanto ele, como o atual ministro da Agricultura, senador licenciado Blairo Maggi (PP), havia se comprometido com o pagamento de R$ 3 milhões para que Eder se retratasse em depoimentos comprometedores sobre ambos à Operação Ararath.

Os tais cheques, segundo Silvio Corrêa, ocasionaram uma briga entre Marcelo Avalone e Celson Bezerra. À época, Silvio diz se lembrar de que entregou 2,8 milhões nas mãos de Eder, no Condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá, onde fica a casa do ex-secretário.

“Recebi de Silval Barbosa vários cheques da Construtora Três Irmãos. (...) da soma total de aproximadamente R$ 2,8 milhões repassados a Eder de Moraes Dias, a quantia de R$ 800 mil foi em cheques da Construtora”, confessou aos procuradores da República.

Dias depois, Celson voltou a procurar Silvio afirmando que os cheques entregues a Eder estavam sem fundos. O ex-chefe de gabinete comunicou o fato a Silval Barbosa, que ligou para Marcelo Avalone.

Silvio disse que o fato gerou grande desentendimento, tanto que em uma reunião, mediada por ele, Marcelo e Celson teriam se desentendido e entrado em luta corporal.

“Nessa ocasião, o declarante foi acompanhado de Celson Bezerra até a Construtora Três Irmãos, oportunidade em que Marcelo Avalone acabou discutindo com Celson, momento que chegou às vias de fato”.

Após a confusão, Silvio não soube dizer o que houve o pagamento desses cheques.

OUTRO LADO

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Governo do Estado, mas não obteve resposta.

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