ALCIONE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O novo advogado de defesa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Délio Lins e Silva Júnior protocolou na tarde desta quinta-feira (08), petição desistindo do interrogatório à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda. A oitiva na ação penal decorrente da Operação Sodoma estava agendada para dia 13 de junho. O pedido ainda será analisado pela magistrada.
“No depoimento de julho, ele vai falar de todos os fatos que tem conhecimento e são investigados”, declarou o criminalista.
Lins e Silva Júnior explicou ao que achou desnecessário este novo depoimento já que outra audiência está marcada para o dia 5 de julho. Este relativa à 4ª fase da Operação Sodoma.
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“No depoimento de julho, ele vai falar de todos os fatos que tem conhecimento e são investigados”, declarou o criminalista.
O advogado ainda negou qualquer movimento para Silval fechar acordo de colaboração premiada com o Ministério Público. “Não tem delação. Foi apenas estratégia de defesa”, argumenta o advogado, que assumiu recentemente a causa.
Em abril, o ex-governador anunciou em uma carta, que passaria a colaborar com a Justiça, confessando crimes. Este ponto o advogado criminalista afirma que será mantido. “Silval vai fazer confissões daquilo que tem conhecimento”, garantiu.
A Sodoma investiga desvios de recursos públicos, fraudes em licitações e pagamento de propina durante a gestão Silval Barbosa (PMDB). De acordo com os indícios apurados pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Desfaz), em cinco fases da operação, o grupo chefiado pelo ex-governador desviou cerca de R$ 55 milhões. Os valores podem ser ainda maiores já que as investigações não foram encerradas.
Sodoma
A primeira fase da Operação Sodoma foi deflagrada dia 17 de setembro de 2015. Com os depoimentos dos empresários Júlio Minoria (dono da Wentex), Willians Paulo Mischa (da Consignam) e João Batista Rosa (da Trator Partes), que se tornaram delatores do esquema, o Ministério Público Estadual (MPE) teve a confirmação do pagamento de valores para a organização e que os recursos ilícitos teriam sido direcionados para despesas da campanha do ex-governador e aliados, além de aquisição de bens para os membros do grupo.
João Batista confessou pagamento de R$ 2,5 milhões para o esquema e Mischa, repasse de R$ 17,5 milhões entre os anos de 2011 e 2014. Na época foram presos o ex-governador Silval Barbosa e os ex-secretários da Casa Civil, Pedro Nada, e da Fazenda, Marcel de Curse.
Sodoma 4
Nesta fase o alvo foi a compra irregular de um imóvel no Jardim Liberdade. O Estado pagou R$ 31,7 milhões pela desapropriação e 50% do dinheiro foi desviado para o grupo criminoso.