CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO
O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou nesta terça-feira (27) ter considerado um “crime grave” o vazamento de informações do inquérito policial que investiga as interceptações telefônicas clandestinas, operadas pela Polícia Militar de Mato Grosso.
Por esse motivo, denunciou, na sexta-feira (23) dois oficiais ao Tribunal de Justiça e ao coronel Jorge Catarino de Moraes, que preside o inquérito. O coronel Alexandre Correa Mendes, corregedor-geral da Polícia Militar, e o tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, diretor de Inteligência da corporação, foram presos administrativamente. Eles estão afastados das funções.
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No entanto, na noite de segunda-feira (26), o juiz Bruno Marques, substituto da Vara Criminal Especializada de Justiça Militar de Cuiabá, determinou a soltura dos oficiais, alegando fragilidade na prisão, uma vez que Catarino não teria respeitado a hierarquia dos colegas, por ser coronel reformado, enquanto os demais estão na ativa.
“Eles vieram aqui e, ao que consta, cometeram crimes e eu não podia agir de outra forma a não ser denunciar ao presidente do TJ. Porque revelar segredos de justiça, ao menos para mim, é um crime grave, a não ser que o judiciário entenda que não seja”, disse o governador.
Para Taques, a decisão judicial não deve ser criticada. Porém, reforçou acreditar que os coronéis cometeram crimes ao vazar informações a respeito das investigações.
“Eles vieram aqui e, ao que consta, cometeram crimes e eu não podia agir de outra forma a não ser denunciar ao presidente do TJ. Porque revelar segredos de justiça, ao menos para mim, é um crime grave, a não ser que o judiciário entenda que não seja”, disse o governador.
Denúncia
Taques denunciou os oficiais por meio de um ofício encaminhado ao presidente do TJ, o desembargador Rui Ramos, e ao presidente do inquérito policial, Jorge Catarino. A denúncia culminou nas prisões dos coronéis Mendes e Fortes.
Segundo o governador, os dois oficiais da PM procuraram os secretários Airton Siqueira Júnior, Evandro Lesco e José Adolpho Vieira, secretários de Justiça, Casa Militar e Casa Civil, respectivamente, para que “se preparassem”, pois seriam alvos de uma operação de busca e apreensão e possíveis prisões, coordenadas pelo coronel Jorge Catarino.
“Por não compactuar com vazamentos de informações sigilosas, quebra de segredo de Justiça e cometimento de crimes, pois, no mínimo, e, em tese, o corregedor e o oficial cometeram delitos de quebra de sigilo de informações, comunico à vossa excelência tais fatos para providência mister”, escreveu Taques ao presidente do TJ.
Prisões
Ainda na sexta-feira (23), foram presos por envolvimento direto no monitoramento das escutas clandestinas, o chefe afastado da Casa Militar, Evandro Lesco, e o adjunto Ronelson Barros.
Questionado sobre os motivos que levaram a decidir pelo afastamento das funções dos militares, Taques afirmou não julgar antes do momento.
“Não julgo as pessoas antes do momento, por isso defini pelo afastamento. Quero ver o processo para entender o que está ocorrendo, mas não me cabe discutir decisão judicial. Decisão se cumpre e se recorre”, pontuou o governador.
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Claudio Nunes 27/06/2017
Crime grave Governador é arapongagem, o Sr. está tentando desviar o foco, a questão não é o vazamento e sim as escutas ilegais!!!
1 comentários