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13 de Abril de 2017, 18h:30 - A | A

PODERES / DELAÇÃO DA ODEBRECHT

Pagot teria intermediado propina de R$ 12 milhões a Blairo; ex-secretário nega

Ele afirma que apesar de ter diso coordenador da campanha ao governo do Estado de Blairo Maggi, em 2006, não era responsável pela arrecadação de recursos, pois havia tesoureiro para esta função

ALCIONE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO



O ex-secretário de Estado, Luiz Antônio Pagot, nega qualquer participação na suposta negociação para obter R$ 12 milhões, em propina da Odebrecht, para a campanha de 2006 ao governo do Estado, do atual ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Blairo Maggi (PP). 

Ex-secretário de Estado de Infraestrutura e ex-diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) foi citado na acusação do Ministério Público Federal (MPF) como "interlocutor" da negociação.

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“Fui coordenador da campanha de Maggi em 2002 e 2006, nunca tratei desse assunto com representantes da Odebrecht e nem autorizei ninguém a falar em meu nome”, defende-se Pagot, que era considerado o homem forte da gestão Blairo Maggi.

“Fui coordenador da campanha de Maggi em 2002 e 2006, nunca tratei desse assunto com representantes da Odebrecht e nem autorizei ninguém a falar em meu nome”, defende-se Pagot.

Atuou cinco anos ao lado de Maggi no governo de Mato Grosso, com fama de "trator" assumiu as pastas de Infraestrutura, Casa Civil e Educação, consideradas estratégicas para a gestão. Pagot admitiu, que em 2004, quando estava à frente da pasta de Infraestrutura, foi procurado por um representante da empresa Odebrecht falando sobre uma dívida do Estado com a empreiteira.

“Na época, disse que o pagamento estava sub judice e se encontrava em análise na Procuradoria Geral do Estado, por apresentar valores que não eram condizentes com os lançados na contrapartida. Nunca mais voltamos a conversar”, resume.

Ele afirma que apesar de ser coordenador da Campanha de Maggi em 2006 não era responsável pela arrecadação de recursos, pois havia tesoureiro para esta função.

“Quem me conhece sabe que sou uma pessoa direta. Não mando recado, não há qualquer possibilidade de alguém falar em meu nome”, ressalta.

Pagot diz que estão fazendo um barulho enorme por uma coisa pequena, nega que tenha negociado dinheiro com a Odebrecht e diz que não acredita que Maggi tenha recebido qualquer valor irregular.

“As acusações até agora são baseadas na fala de um delator e expostas em um áudio pela Globo”, cita. “Tenho fé que com o tempo tudo será esclarecido”, define.

“Quem me conhece sabe que sou uma pessoa direta. Não mando recado, não há qualquer possibilidade de alguém falar em meu nome”, ressalta Pagot.

Inquérito

O ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Lava Jato, acatou o pedido do procurador geral da República (PGR), Rodrigo Janot, e abriu inquérito para apurar o suposto repasse de R$ 12 milhões, por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, para o financiamento da campanha eleitoral de 2006.

A base da acusação é o depoimento dos investigados na Operação Lava Jato que assinaram o benefício da delação premiada, o diretor superintendente para as Áreas Norte, Nordeste e Centro Oeste da Odebrecht, João Antônio Pacífico Ferreira e o diretor de contratos da construtora, Pedro Augusto Carneiro Leão Neto.

O depoimento dos delatores revela que Maggi era identificado no sistema de informática utilizado pelo "setor de propina" da Odebrecht pelo codinome "Caldo" e envolve Pagot e o ex-secretário de Estado Eder Moraes.

Segundo a denúncia, a Odebrecht detinha créditos a receber do Governo de Mato Grosso referentes à obra da Rodovia MT-010, nos trechos entre as cidades de Diamantino e São José do Rio Claro.

Pedro Leão foi procurado por Éder Moraes, possivelmente em abril ou maio de 2006, e que, em reunião no Centro Administrativo, este pediu expressamente o pagamento de propina no valor de R$ 12 milhões, equivalente ao percentual de 35% do crédito da Construtora Norberto Odebrecht (CNO).

Segundo Leão, o assunto começou a ser discutido politicamente, ocasião já que o Estado tinha valores a receber da União, relativos à divisão de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Entretanto, o Governo de Mato Grosso não sinalizou que iria quitar os débitos que detinha com a Odebrecht.  Leão sugeriu que o Governo procurasse levantar recursos junto a União para arcar com a despesa. Leão admite que não tinha contato direto com Maggi e que a intermediação era feita com Pagot. Quando a União fez repasses aos Estados, Eder Moraes teria procurado Leão.

Pedro Leão foi procurado por Éder de Moraes Dias, possivelmente em abril ou maio de 2006, e que, em reunião no Centro Administrativo, este pediu expressamente o pagamento de propina no valor de R$ 12 milhões, equivalente ao percentual de 35% do crédito da CNO (Construtora Norberto Odebrecht), aproximadamente, a pretexto de contribuição para a campanha de reeleição do Governador Blairo Maggi. O valor, segundo ele, estaria atrelado ao recebimento dos valores pela CNO”, cita o pedido da PGR.

Na ocasião, Eder teria deixado claro que tal pedido era de conhecimento de Blairo e de Pagot.

O assunto foi levado por Pedro Leão ao seu superior, João Pacífico, que autorizou o acerto e posterior pagamento à medida e na proporção em que a CNO efetivamente recebesse os valores do Estado. E assim foi feito, à medida que recebiam os pagamentos, e na proporção em que recebiam, pagavam via caixa 2, pelo Departamento de Operações Estruturadas, sob o codinome "Caldo", com as informações sempre passadas diretamente a Éder”, relata o procurador.

O atual ministro do Mapa negou envolvimento no esquema de corrupção e refutou qualquer relação com a empresa ou seus dirigentes.  

O advogado Ricardo Spinelli, que representa Eder Moraes, negou as acusações que recaem sobre seu cliente. Disse que o ex-secretário recebeu as informações com estranheza e negou qualquer contato com executivos da Odebrecht. “O Eder não exerceu qualquer atividade na campanha eleitoral de Blairo Maggi em 2006. Na época era presidente da MT Fomento, sem qualquer poder para tratar sobre o assunto", aponta.

 

 

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Renato 15/04/2017

Safadinho esse Pagot, deve ter pego o dinheiro dizendo que era pro Maggi e deu o bolo no amigo. kkkkkk, agora vai ter que se explicar​ pro Maggi.

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1 comentários

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