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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
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06 de Agosto de 2017, 16h:20 - A | A

PODERES / RETOMADA DO MERCADO

Novacki diz que novas regras do Mapa vão fomentar exportação de carne bovina

Para evitar novos embargos à carne brasileira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determina que carnes in natura sigam novas formas de cortes e a vacina contra febre aftosa seja reduzida de 5 ml para 2 ml.

RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO



A expectativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é que as novas medidas, determinando que a carne bovina siga para exportação apenas na forma de cortes, cubos ou tiras e que a dose atual de vacina contra a febre aftosa seja reduzida de 5 ml para 2 ml devam fomentar as vendas da produção de Mato Grosso.

“Os Estados Unidos, China e a comunidade europeia já intensificaram 100% de inspeção nos produtos. Essa é uma tendência mundial e não tem como mudar”, completou Novacki.

Em entrevista ao , o secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, destacou que as regras foram a solução encontrada para evitar novos embargos da carne brasileira no exterior, como já ocorreu nos Estados Unidos, depois do impacto negativo da “Operação Carne Fraca”, e aumentar a confiança dos mercados internacionais no produto brasileiro.

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“Os Estados Unidos, China e a comunidade europeia já intensificaram 100% de inspeção nos produtos. Essa é uma tendência mundial e não tem como mudar”, completou Novacki.

O secretário afirma que o novo modelo é parecido com o do Chile, que só exporta e/ou aceita carnes em pedaços, evitando assim problemas nas inspeções.

“A primeira medida [depois da operação] é não exportar mais a peça inteira como acontecia porque se tornava mais difícil detectar esses abscessos ou inflamação decorrentes da vacinação”, lembrou.

Outra questão bastante reforçada por Eumar Novacki é o fato de mudanças terem sido implantadas após falhas serem expostas pela Operação Carne Fraca, deflagrada em março deste ano, com o objetivo de investigar empresas que corrompia agentes públicos para evitar punições e multas por causa de irregularidades no processo de exportação da carne.

“Com a Operação Carne Fraca percebemos uma série de deficiências e estamos corrigindo. A primeira delas foi atualização do RIISPOA [Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal] que tinha 65 anos com uma séria de coisas que constavam no regulamento que não se usa mais, porém, se o fiscal quisesse causar algum embaraço para empresa estava na legislação. Deixamos claro como devem agir e como as empresas devem proceder. Então a gente diminui essa margem de criar dificuldade para vender com facilidade”.

Para o futuro, Novacki acredita que com as novas regras e mudança de comportamento do próprio Mapa, será possível ter um aumento significativo na exportação de carnes, talvez, ainda, no segundo semestre deste ano.

Embargo americano

O embargo dos Estados Unidos à carne brasileira ocorreu porque 11% da carne exportada pelo Brasil desde março deste ano não passou em testes de qualidade americanos.

À época, o Mapa informou que uma possível reação à vacina pode ter provocado abscessos na carne bovina, mas nada que alterasse a qualidade do produto.

Mas, como os Estados Unidos têm normas rigorosas de controle que detectam esses processos e, preocupados com as notícias que surgiam da operação da Polícia Federal anunciaram o embargo à importação.

Impacto na exportação

No início de 2017, o Governo Federal trabalhava com o objetivo de ter um incremento significativo nas exportações de carnes bovina, suína e aves.

“Mas com a operação e a desconfiança que houve em relação ao produto brasileiro, nós tivemos uma redução na exportação de carne bovina. Em contrapartida, conseguimos manter o aumento da carne suína e aves”, observou o secretário.

Atualmente, segundo Eumar Novacki, os produtores de Mato Grosso ainda sentem o impacto negativo do setor. “Porque todos esperavam um aumento de vendas e, claro, lucratividade e, na verdade, teve uma desaceleração”.

O secretário cita como “problema” o fato do Grupo da JBS, envolvido em esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, ter fechado várias plantas frigorificas nos Estado, porém, ao mesmo tempo informa que o mesmo grupo empresarial decidiu reabrir quatro plantas localizadas no Noroeste, Norte e Sul de Mato Grosso.

“Paralelamente ao problema da JBS, temos algumas notícias como a reativação de algumas plantas no Estado. E nós vamos estimular para que frigoríficos regionais comecem abater e que matadores municipais tenha capacidade de se adequar as regras do Ministério Agricultura para manter a cadeia novamente”, destacou.

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