FLÁVIA BORGES
DA REDAÇÃO
O ex-governador Silval Barbosa afirmou em delação à Procuradoria Geral da República (PGR) que seu antecessor, Blairo Maggi, hoje ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e senador licenciado, participou de um acordo para aumentar o valor da propina paga aos deputados estaduais de Mato Grosso em troca de apoio ao governo.
"Começou a se operar o chamado 'mensalinho' no ano de 2003, quando o colaborador era da Mesa Diretora [da Assembleia Legislativa]. Esse mensalinho era uma vantagem indevida que era paga para cada deputado estadual do Estado de Mato Grosso, tendo começado no ano de 2003, em torno de R$ 30 mil reais por deputado", diz trecho da delação.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Segundo Silval, houve um aumento de R$ 12 milhões a R$ 15 milhões aos deputados em 2003. O acerto teria acontecido em reuniões entre Maggi, o então secretário de Infraestrutura Luiz Antônio Pagot e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Waldir Teis.
De acordo com as declarações de Silval, quando foi deputado estadual, entre 2003 e 2006, atuou como representante dos demais parlamentares quanto ao recebimento da propina. Por isso, teve apoio irrestrito da Assembleia Legislativa para ser indicado para vice-governador na segunda gestão Maggi, reeleito em 2006.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, quebrou o sigilo da delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), nesta sexta-feira (25). Ele atendeu ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Segundo Janot, “a imprensa vem divulgando paulatinamente as informações, o que pode causar gravames às pessoas que são citadas, ante a ausência de contextualização das declarações dos colaboradores”.