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Cuiabá, 12 de Maio de 2024
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20 de Julho de 2017, 10h:15 - A | A

PODERES / "GRAMPOS" BOMBA

Ex-secretário diz ser alvo de trama criminosa e relata arapongagem de PMs

O ex-secretário da Casa Civil, o advogado Paulo Taques, relatou que seu escritório de assessoria jurídica ao candidato a prefeito de Lucas do Rio Verde, em 2016, Otaviano Pivetta, foi invadido por policiais militares, que instalaram escutas ilegais.

CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO



O ex-secretário da Casa Civil, o advogado Paulo Taques, afirmou ser alvo de uma trama criminosa, envolvendo esquema de interceptações telefônicas clandestinas, durante as eleições de 2016, quando assessorou o então candidato à reeleição à Prefeitura de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (PSB).

Em documento enviado ao desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando Perri, relator das investigações do esquema de escutas clandestinas, chamado “barriga de aluguel”, no âmbito das Polícias Militar e Civil, no último dia 30 de junho, Taques pontuou que os serviços prestados a Pivetta foram estritamente jurídicos.

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O advogado argumentou que, ao contrário de denúncias de que teria sido ele a montar um escritório de escutas clandestinas, nas eleições de 2016, seu escritório é que teria sido alvo de invasão e instalação de “grampos” por policiais militares a mando do concorrente de Pivetta, Luiz Binotti (PSD).

"Em completa inversão criminosa da verdade, estariam afirmando que o peticionante e seus profissionais montaram, à época, um escritório para realizar interceptações telefônicas ilegais naquela cidade, em virtude do pleito eleitoral. E para dar suporte à infâmia, estariam utilizando o relatório produzido pelo major Dulcézio Barros de Oliveira e pelo cabo Fernando Raphael P. De Oliveira, com fotos das salas, dos equipamentos, dos profissionais e sabe-se lá o que mais", escreveu Taques a Perri.

Conforme Taques, o escritório foi estruturado em duas salas de um hotel, em Lucas do Rio Verde, e contava com três profissionais de Cuiabá, inicialmente, mais advogados locais. Com a carga de trabalho no período eleitoral, o número de profissionais aumentou, passando a quatro advogados da Capital e outros tantos do município.

Um dos advogados, em determinado dia, percebeu movimentação estranha de um hóspede, que teria entrado “por engano” em uma das salas da campanha de Pivetta. Questionando funcionária do hotel, o profissional soube que se tratava do major da PM, Dulcézio Barros, e relatou o ocorrido a Taques.

"Coincidentemente, o secretário Paulo Taques estava acompanhado do então secretário-chefe da Casa Militar, Coronel PM Airton Siqueira e, imediatamente, informou o ocorrido a este que, de imediato, telefonou ao Major Dulcézio Barros de Oliveira e o questionou sobre os fatos e os motivos de sua estada em Lucas do Rio Verde".

O major não foi mais visto no hotel, após o questionamento de Siqueira. No entanto, Taques afirmou que soube, meses depois, que o major havia ido a Lucas do Rio Verde, na época das eleições, para acompanhar o cabo Fernando Raphal de Oliveira, a mando do Coronel Everson Cezar Gomes Metello.

"O Coronel Everson Cezar Gomes Metello, é irmão do coronel Aluísio Metello Junior, lotado na vice-Governadoria do Estado, e este é réu juntamente com o major Dulcézio Barros de Oliveira, no processo que apura o homicídio de um soldado durante treinamento do Bope em 2010 (informações colhidas no Google)", apontou o ex-secretário, no documento.

Segundo Taques, as informações repassadas contra ele, teriam o intuito de “manchar a reputação do peticionante, seus profissionais e este advogado”.

"Então, ilustre Desembargador, são sérios e concretos os indícios que uma trama criminosa estaria sendo engendrada para atingir o peticionante, seus profissionais e, principalmente, este advogado. Aliás, outras ilegalidades estariam sendo perpetradas com os mesmos objetivos, motivo pelo qual manifestações como esta estão sendo enviadas para outras autoridades públicas", pontuou o advogado.

Taques pede para ter acesso à investigação, caso algum dos fatos por ele apontado, esteja sendo apurado, e que “seja determinado a instauração das medidas legais que Vossa Excelência entender adequadas ao caso, a fim de investigar os delitos cometidos, em tese, pelas pessoas aqui mencionadas, além de outras que porventura tenham atuado diretamente na prática criminosa, bem como apontar a existência de um ou mais agentes, possíveis mentores intelectuais dessa cerebrina e covarde trama”.

Depoimento de Siqueira

O documento do advogado complementa o depoimento do secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira Júnior, prestado ao presidente do Inquérito Policial Militar, Jorge Catarino, no último dia 5 de julho.

Siqueira relatou que Pivetta teria sido grampeado, por um grupo de policiais, durante a campanha de 2016, quando tentou a reeleição e perdeu para Luiz Binotti.

Segundo Siqueira, que à época era secretário da Casa Militar, após iniciar a apuração de denúncias de ações irregulares de policiais em Lucas do Rio Verde, um cabo da PM, identificado apenas como Rafael, lhe telefonou e marcou um encontro com ele no Posto Bom Cima em Cuiabá.

Lá, ele revelou que esteve em uma “missão” na cidade, conduzida pelo tenente-coronel César Gomes, que conforme o depoimento, teria sido contratada pelo empresário Rogério Ferrarin, que era um dos coordenadores da campanha de Binotti, pelo valor de R$ 20 mil. A ação seria para verificar uma suposta compra de votos por parte de Pivetta.

O cabo Rafael relatou ao coronel Siqueira, que nessa ação o grupo de policiais instalou escuta ambiental e câmeras de vídeo, no comitê de campanha de Pivetta.

Os policiais também invadiram o escritório jurídico da campanha, que estava instalado em um hotel da cidade, no qual atuavam advogados do escritório do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques. No local eles fizeram fotos, que mandariam para o tenente-coronel César Gomes, para a produção de um relatório e subsidiar futura impugnação da candidatura de Pivetta.

Taques soube que policiais estiveram no hotel perguntando sobre os advogados de seu escritório e avisou ao secretário Siqueira, que começou a investigar o que estava ocorrendo, quando “foi informado que um deles foi identificado como caveira 06”, diz trecho do depoimento, identificado por ele posteriormente como major PM Barros, que participou da ação.

“Barriga de aluguel”

A denúncia do esquema de escutas ilegais operadas pela Polícia Militar foi feita pelo promotor de Justiça, Mauro Zaque. Segundo ele, foram interceptados clandestinamente telefones de políticos, advogados, empresários, jornalistas e agentes públicos, entre os anos de 2014 e 2015.

 

Investigações são conduzidas pelas Corregedorias das Polícias Militar e Civil, pelo Tribunal de Justiça e Ministério Público do Estado (MPE).

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Rodrigo 20/07/2017

E a suposta quadrilha de Coronéis denunciada pelo Coronel Siqueira Junior em suas declarações, inclusive reconhecida em cartório, com integrantes que ocupam posição de comando na Assembléia Legislativa, em Primavera do Leste e em Água Boa.... será que o Secretário de Justiça e Direitos Humanos mentiu? Será que ele como Secretário sabendo deste grupo no minimo suspeito não levou ao conhecimento do Governador, do Secretário de Segurança Pública ou mesmo do Comandante Geral da PM? E o Estado de Transformação?

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1 comentários

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