facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 15 de Maio de 2024
15 de Maio de 2024

06 de Junho de 2017, 15h:01 - A | A

PODERES / GRÃO VIZIR

Empreiteiro confirma pagamento de propina para receber da Seduc

O dono das construtoras Aroeira e Relumat, Ricardo Sguarezi, ainda afirmou ter alertado o ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto, sobre o esquema de fraude em licitação da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

ALCIONE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO



O dono das construtoras Aroeira e Relumat, Ricardo Sguarezi, confirmou na tarde desta terça-feira (06) à juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, que pagou propina ao grupo investigado na Operação Rêmora para receber pagamentos atrasados da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e afirmou ter alertado o ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto, sobre o esquema de fraude em licitação na Pasta.

"Eu praticamente avisei ele [Permínio]. Olha, tá acontecendo isso, você tá sabendo? Ele ficou irritado e disse para eu não pagar nada", citou.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Entretanto, negou ter integrado o grupo de empresários que teriam dividido licitações fraudadas.

As declarações em juízo reafirmam as informações prestadas em depoimento ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), quando firmou acordo de delação premiada. Ele afirma ter pago, em 2015, R$ 236,9 mil em propina para a liberação de R$ 3,1 milhões às suas empresas.

"Em relação à Aroeira pediram 5%, mas caiu para 3%. A exigência para Relumat era de R$ 30 mil por mês. Eu paguei quatro meses. Desses, três foi tudo junto, porque saíram nove pagamentos meus atrasados", detalhou.

"Em relação à Aroeira pediram 5%, mas caiu para 3%. A exigência para Relumat era de R$ 30 mil por mês. Eu paguei quatro meses. Desses, três foi tudo junto, porque saíram nove pagamentos meus atrasados", detalhou.

Sguarezi disse que no início do Governo Pedro Taques (PSDB), se reuniu com Fábio Frigeri e discutiram sobre as licitações de obras na Seduc. Quando foi feita a proposta de pagamento de propina ele negou, mas depois percebeu que se não aceitasse o esquema ficaria sem receber os valores devidos.

“Fiquei surpreso de ver pagarem propina para outro empresário [o empreiteiro Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora]. No início me neguei a entregar a ele. Paguei para o Fábio, que me disse pra acertar com ele os próximos repasses".

Outras seis testemunhas foram intimadas para prestar depoimento à Sétima Vara, mas as defesas dos réus desistiram de ouvi-las.

Grão Vizir

A oitiva de testemunhas faz parte do processo decorrente da Operação Rêmora, que apura suposto esquema ocorrido em 2015, em que agentes públicos sob o comando do então secretário de Educação, Permínio Pinto, faziam exigência de propina a empresários para a concessão de contratos e pagamentos de medições de obras da Pasta.

Em dezembro do ano passado, foi deflagrada a terceira fase da operação, denominada “Grão Vizir”. O empresário Alan Malouf, dono do Buffet Leila Malouf, foi preso preventivamente devido à delação premiada firmada ente Guizardi e o Ministério Público do Estado (MPE). Guizardi revelou que Malouf teria doado R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques em 2014 e tentou recuperar os valores por meio do esquema.

Nesta ação, além de Alan Malouf, figura como réu o engenheiro eletricista Edézio Ferreira da Silva. Eles respondem por organização criminosa e corrupção passiva. 

Leia mais

Juíza intima dono de buffet e marca depoimentos de acusação

Comente esta notícia