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Cuiabá, 14 de Maio de 2024
14 de Maio de 2024

30 de Maio de 2017, 10h:00 - A | A

PODERES / ESCÂNDALO DOS GRAMPOS

Delegada pode ter fraudado sistema e induzido MPE, aponta juíza

A juíza Selma Rosane Arruda sugeriu investigação à Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), sobre o pedido de escutas de dois alvos, feito pela delegada Alana Cardoso.

CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO



Documentos obtidos pelo , confirmam que a juíza titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda sugeriu auditorias nos sistemas de escutas telefônicas da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial no Combate do Crime Organizado (Gaeco), chamados de “Vigia” e “Guardião”, respectivamente porque detectou que telefones de dois alvos podem ter sido "grampeados" na prática "barriga de aluguel" por ordem da delegada Alana Cardoso, durante a Operação Fortis, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

Os números, conforme apurou a magistrada, eram de Tatiana Sangalli Padilha e Caroline Mariano dos Santos, ex-funcionárias da Casa Civil do Estado.

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“É possível verificar que existem indícios de que os terminais telefônicos (...) e (...) foram inseridos pela autoridade policial, delegada Alana Derlene Souza Cardoso. Esta delegada ocupava, na época, o cargo de Diretora de Inteligência da Policia Judiciária Civil, diretamente ligada à Secretaria de Segurança Pública, cujo titular era o promotor de justiça Mauro Zaque de Jesus. Foi ela a coordenadora da Operação Fortis, da Sesp. O ocorrido denota, a princípio, típico caso da chamada ‘barriga de aluguel’, que induziu tanto o Ministério Público quanto o juízo a erro”, diz trecho do documento proferido pela juíza, no último dia de 25 de maio.

A “Operação Fortis” foi deflagrada em fevereiro de 2015 e comandada pela Inteligência da Policia Judiciária Civil, em investigação de crimes ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho de Mato Grosso (CVMT).

No pedido, entretanto, Tatiana Sagalli foi identificada como “Dama Lora” e Caroline Mariano, como “Amiguinha”. Selma afirma que os áudios delas nunca foram enviados ao Juízo e logo em seguida, as duas foram retiradas das prorrogações das interceptações telefônicas da operação.

A solicitação da juíza Selma Arruda foi formulada na resposta enviada à Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), sobre a apuração no âmbito judicial do esquema de escutas clandestinas, chamado “barriga de aluguel”, que era monitorado pela Polícia Militar e que interceptou ligações de políticos, advogados, empresários e jornalistas, entre os anos de 2014 e 2015.

Selma afirmou que em sua jurisdição não encontrou nenhum pedido para monitoramento feito pela Polícia Militar. No entanto, ao analisar todos os processos que envolveram escutas se deparou com pedidos feitos pelo Gaeco e pela Polícia Civil, que solicitavam interceptações de dois números, em investigações distintas.

Outro pedido analisado foi feito pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e diz respeito à Operação Querubim, que investigava a suposta existência de uma organização criminosa, vinculada ao ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, que tramava contra a vida do governador Pedro Taques (PSDB).

Neste caso, que ocorreu cerca de um mês depois da Operação Forti, Selma alegou que as interceptações das duas mulheres ocorreram de maneira legal, já que os nomes oficiais delas constavam no pedido.

A magistrada informou que à época “era impossível a constatação de eventual fraude, até porque se trata de duas representações, formuladas por autoridades policiais distintas, lotadas em unidades diversas” e enviou o ofício ao Ministério Público Estadual (MPE), à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e à Corregedoria da Polícia Civil.

RpMT/Reprodução

pedido selma arruda

 

Álbum de fotos

RpMT/Reprodução

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Adário 30/05/2017

Não gosto muito do excesso de exposição da magistrada em questão, mas ela percebeu aquilo que todos da Segurança Pública já sabiam, que não foi um esquema da Polícia Militar. As interceptações de interesse do governo eram colocadas clandestinamente ora pela polícia militar, ora pela polícia civil, como ocorreu através do Striguetta e da Alana Cardoso. Infelizmente até o momento somente os policiais militares envolvidos foram responsabilizados.

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Thamires Sena 30/05/2017

Confio muito no trabalho da Dra. Selma Arruma, mas também conheço de perto o trabalho da Dra. Alana.. e tenho certeza que algum mal entendido tem nessa história. . Uma hora tenho convicção que será esclarecido. .duas mulheres que honram o direito e a justiça. . Não estarão de lados opostos. . Que tudo se esclareça.

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2 comentários

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