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Cuiabá, 12 de Maio de 2024
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30 de Setembro de 2017, 07h:30 - A | A

PODERES / GRAVOU DESEMBARGADOR

Corregedor-geral é afastado por facilitar instalação de câmera em farda de PM

Coronel Pinheiro é acusado de ter determinado a troca do fardamento de policiais para facilitar a instalação da “câmera espiã”, para gravar o desembargador Orlando Perri em situação suspeita.

RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO



O comandante-geral da Polícia Militar do Estado, coronel Marcos Cunha, determinou o afastamento do coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva do cargo de corregedor-geral da Polícia Militar por suposta participação em um esquema de arapongagem contra o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), com o objetivo de provocar a suspeição do magistrado da relatoria do processo que investiga esquema de grampos.

Com o afastamento do militar, a Corregedoria-Geral da PM passa a ser comandada interinamente pelo o sub-comandante-geral, o coronel Paulo Serbija.

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Coronel Pinheiro é acusado de ter determinado a troca do fardamento dos policiais que atuam no órgão para facilitar a instalação da “câmera espiã”, sem levantar suspeitas para o uniforme do tenente-coronel José Henrique Costa Soares.

De acordo com Soares, a finalidade do grupo comandado pelo ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques e o secretário de Segurança Pública Rogers Jarbas, era de captar áudios de Perri para que, de alguma forma, pudessem coloca-lo em suspeição e/ou causasse descrédito nas investigações que apura o suposto esquema de escutas ilegais.

As circunstâncias indicam que a periculosidade do grupo criminoso, aparentemente se espraia sobre a cúpula da gloriosa Polícia Militar do Estado de Mato Grosso. Estou a me referir à estranhíssima situação de o atual corregedor-geral da Polícia Militar, coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva, um dia após a instalação do apetrecho espião na gandola do tenente coronel Soares, haver alterado a farda dos policiais com funções no órgão. Por que, de uma hora para outra, sem qualquer explicação, se o mudou para o de operações?”, questionou Perri, na decisão.

O magistrado estava se referindo à instalação de câmera no fardamento para que Soares, cooptado pelo grupo, gravasse Perri, com a intenção de questionar a imparcialidade e afastar o magistrado da relatoria das investigações dos grampos.

Os militares possuem dois fardamentos, o de passeio, que era utilizado no setor, e o de operações, que segundo a denúncia de Perri, seria o ideal para a instalação do equipamento. A determinação para que todos os policiais utilizassem o uniforme de operações teria sido dada no dia seguinte ao acoplamento da câmera na farda de Soares, para que não levantasse suspeitas.

Apesar de não ser investigado como integrante da organização criminosa, entendo relevante a oitiva do Corregedor-Geral da PMMT, na condição de testemunha, nomeadamente para que possa esclarecer a questão atinente à modificação do fardamento utilizado na Corregedoria, conforme asseverado pelos promoventes da representação”, determinou o magistrado.

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