DO REPÓRTERMT
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, era uma das responsáveis por fazer a interlocução e indicar pessoas para contratações temporárias irregulares na Secretaria de Saúde de Cuiabá, segundo a ex-secretária de Saúde de Cuiabá, Elizeth Lúcia de Araújo.
As informações constam na decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva, que determinou o afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) nesta terça-feira (19), no âmbito da Operação Capristrum.
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Elizeth afirmou ao Ministério Público Estadual (MPE) que a contratação de servidores temporários na Saúde era uma "prática comum". Ela pontuou que os contratos eram realizados por indicações políticas feitas pelo gabinete de Emanuel, por vereadores, e também por Márcia, por intermédio da secretária-adjunta de Governo, Ivone de Souza.
A ex-secretária disse que, quando assumiu, em janeiro de 2017, mais de 40% dos funcionários da Secretaria eram comissionados. Ela apontou que, pouco mais de quatro meses depois, houve pressão para trocar o comando da Coordenadoria de Gestão de Pessoas. A indicação para que Ricardo Aparecido Ribeiro assumisse o cargo, segundo o depoimento, foi da primeira-dama Márcia Pinheiro.
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"Comecei a ter pressão pra poder trocar ela, aí chegou um dia que houve uma determinação do EMANUELPINHEIRO, aí não tive saída... E aí na época quem escolheu a pessoa foi até a Dona MARCIA PINHEIRO, que é a esposa dele, que é quem fazia essas interlocuções... (Promotor) E qual foi o nome indicado pela Dona MARCIA? (Elizeth) Do senhor RICARDO, que tinha sido Gestor de Pessoas da Assembleia Legislativa", diz trecho do depoimento.
Após Ricardo assumir a Coordenadoria de Gestão de Pessoas, houve um "descontrole" na contratação de pessoas. "Quando eu ficava sabendo, a pessoa já estava trabalhando. E aí começaram a criar pressão para substituir os técnicos".
Prémio Saúde
A ex-secretária afirmou ao MPE que o pagamento do Prémio Saúde era realizado sem parâmetros específicos quanto ao valor e o cargo beneficiado.
Segundo Elizeth, Márcia, por intermédio da secretária-adjunta de Governo e de Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, pediu o pagamento sem nenhuma padronização a comissionados e indicava, por meio de bilhetes, quem deveria receber o benefício. Os valores variavam entre R$ 70 a cerca de R$ 5 mil.
Ela disse ainda que a determinação para a concessão do Prêmio Saúde vinha em uma lista escrita à mão e que, a partir da contratação de Ricardo, que foi indicação de Márcia, não tinha mais controle da situação.
"Na medida que tirou a coordenadora Cristiane e colocou o Ricardo, eu não tive mais controle da situação porque ele pegava a planilha, despachava com a Ivone, com a Dona Márcia", afirmou.
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