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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

05 de Setembro de 2012, 07h:45 - A | A

OPINIÃO / DORA KRAMER

Um (a) por todos

DORA KRAMER



 

Ao molde do tempo em que sindicatos eram sindicatos, no PT funciona assim: mexeu com um, mexeu com a categoria. E se esse "um" é tido como o garantidor da sobrevivência, por mais razão mobilize-se a elite da tropa.

Em palavras breves, sem pretensão analítica profunda, podemos resumir assim a reação da presidente Dilma Rousseff em defesa do ex-presidente Lula contra as críticas feitas em artigo pelo antecessor Fernando Henrique Cardoso.

O contra-ataque poderia ser visto como uma tentativa de interditar a liberdade de opinião. Só por aqui e numa perspectiva autoritária é que se vê a exposição de um raciocínio como ofensa pessoal.

Embora perfeitamente adequada à ocasião, essa seria uma interpretação incompleta em face do real objetivo da nota da presidente para rebater o artigo "herança pesada" em que FH diz o óbvio sobre o legado de retrocesso moral e ético deixado por Lula.

Tão óbvio que há dele provas cabais. A demissão de sete ministros no primeiro ano do governo de Dilma dá testemunho substancioso a respeito.

Fosse pouco, o Supremo Tribunal Federal há um mês conta essa história três vezes por semana em todos os detalhes com transmissão direta pela televisão, fundamentação jurídica e posicionamentos contundentes.

A essa autonomia recebida pela sociedade como um legítimo resgate da legalidade, o presidente do PT dá o nome de "golpe".

Voltemos, porém, a Dilma e sua manifestação nesse momento de profunda consternação que se abate sobre o PT e da mais aguda desmoralização ao desmonte da farsa anunciado por Lula.

O que fez a presidente? Nada demais. Divulgou uma nota em termos absolutamente razoáveis sob a concepção dela dos fatos, para defender a "herança bendita" que recebeu de Lula.

Claro que não cita o ponto principal abordado por FH, "o estilo bombástico de governar que esconde males morais e prejuízos materiais para o futuro da nação".

Fala sobre o crescimento da economia - sem desta vez associá-lo à reconstrução da credibilidade do País consolidada pelo autor que contraditava -, sobre justiça social e sobre o reconhecimento de seu criador no cenário internacional.

Não é a verdade toda, mas ainda assim, verdades.

*Dora Kramer é jornalista.


A redação do RepórterMT não se responsabiliza pelos artigos e conceitos assinados, aos quais representam a opinião pessoal do autor.

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