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Cuiabá, 14 de Maio de 2024
14 de Maio de 2024

30 de Abril de 2012, 14h:29 - A | A

OPINIÃO / ALFREDO DA MOTA MENEZES

Três assuntos de Cuiabá

ALFREDO DA MOTA MENEZES



Com um aumento populacional gigante, Cuiabá passou por enorme transformação nesses últimos 45 anos. Toco em três assuntos da história recente da Capital. O primeiro é que não se teve nomes fortes de gente daqui na iniciativa privada. Conversei com várias pessoas sobre o assunto. Não são citados nomes importantes e evidentes na iniciativa privada nessas décadas.

Mas, por outro lado, se tem muitos nomes vencedores como acadêmicos, cargos públicos de importância como desembargadores, militares ou políticos. Nomes daqui que venceram até mesmo no plano nacional.

Talvez pela distância, mercado consumidor pequeno e falta de transportes tenha feito com que a iniciativa privada fosse uma atividade econômica não tão forte como em outros lugares do país.

A importância maior estava quase que voltada para as funções públicas. Dava visibilidade, renda e prestígio.

Outro tópico é sobre a geração de cuiabanos e cuiabanas que conviveram com o impacto da enorme onda de imigrantes na Capital. Essa geração estaria hoje na faixa dos 50 a 60 anos de idade. É uma geração imprensada entre a nova e a antiga Cuiabá.

A geração do pai de minha esposa é aquela que viveu com intensidade os valores e comportamentos de uma Cuiabá ainda sem aquele impacto populacional.

A outra geração, filha daquela, já recebeu esse impacto. Estava ainda ligada a valores e comportamentos de antes e tinha, ao mesmo tempo, que se adaptar a uma nova realidade. Uma realidade que trouxe incertezas e que teve influência no comportamento dessa geração.

A geração filha dessa, os jovens cuiabanos e cuiabanas de hoje, já nasceram em outra Cuiabá. Não estariam ligados às antigas tradições e atitudes de antes.

Talvez possa ser arguido que a geração que viveu as duas realidades de Cuiabá, a antiga e também a do impacto populacional, tenha vivido situações mais complicadas que a geração anterior e a posterior. A anterior nasceu e viveu numa Cuiabá com valores definidos. A posterior também.

A outra é que ficou imprensada entre duas Cuiabá. E, por derradeiro, se percebe cada dia mais que a capital caminha para ter duas atividades principais de emprego e renda. Uma no serviço público. Com gentes para os Executivos, Judiciário e os Legislativos. O concurso público é até um fetiche.

A outra seria na prestação de serviços. As melhores universidades e serviços médicos, restaurantes, bares, shoppings, distribuidoras de bens de consumo, turismo e outras atividades que fazem parte da enorme cadeia do setor de serviços.

As indústrias novas estão indo para cidades que tenham a produção do campo por perto. Não é o caso de Cuiabá. Antes a capital recebeu algumas indústrias porque tinha energia elétrica. O estado todo hoje a tem.

O setor de serviços é e será o que mais empregará gente e o maior gerador de renda para agora e o futuro.

*Alfredo da Mota Menezes é professor universitário e articulista político.

A redação do RepórterMT não se responsabiliza pelos artigos e conceitos assinados, aos quais representam a opinião pessoal do autor.

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