facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 12 de Maio de 2024
12 de Maio de 2024

29 de Junho de 2012, 09h:42 - A | A

OPINIÃO / LOUREMBERGUE ALVES

O deslizar dos números

LOUREMBERGUE ALVES



Um cenário político-eleitoral está sempre sujeito a mudanças. Estas, porém, ‘não acontecem do nada‘. Elas precisam de uma somatória de fatores, alguns dos quais carecem de um quadro favorável para que eles possam ocorrer, e ocorrendo-os, modificam o retrato da disputa. Um retrato que pode ser desenhado de antemão pelas pesquisas de intenção de votos. É a partir disso que se deve discutir os resultados apresentados pelos institutos. Nesse sentido, o último referente à briga pela prefeitura de Várzea Grande serve de exemplo, uma vez que coisa alguma aconteceu para que as posições - anteriormente registradas - modificassem por inteiras.

 

Assim, segundo o instituto, o representante peemedebista caiu 5%, enquanto a democrata subiu 6%. Isso em um período muito curto de tempo, de 3 até 26 de junho. Wallace Guimarães (PMDB) tem agora 26% contra 36% de Lucimar Campos (DEM). Eles se encontravam, no início do mês, empatados tecnicamente, e já muito distanciados do Tião da Zaeli (PSD), com 6%. O prefeito cresceu 3%. Chegou a 9%. O único destes, portanto, que se encontra em baixa é o ex-PFL. Baixa que não tem justificativa. Pois nada aconteceu, nem o representante do partido do governador cometeu erros gritantes que justifique sua queda. Nem mesmo a anunciada licença do senador-democrata para entrar na campanha provocaria tamanho estrago ao adversário.

 

A ausência de um fato novo põe em xeque os números publicados, ou, na pior das hipóteses, desperta dúvidas quanto os de antes veiculados. Inclusive divulgados por outros institutos. O que suscita uma série de questionamentos. Bem mais quando se percebe que o peemedebista não cometeu nenhum deslize fatal, muito menos a candidata-democrata não realizou qualquer façanha eleitoreira capaz de impulsioná-la. A ponto de se encontrar com 10% à frente do segundo colocado, e 27% do terceiro. Ainda que se saiba das dificuldades dos demais postulantes, em especial as do peessedista, com um alto índice de rejeição, que ultrapassa 40% - quase ultrapassa o limite suportável.

 

Índices percentuais que são frios, assim como também são todos os outros - divulgados hoje ou no passado, ou que virão a ser veiculados. Necessitam todos igualmente de interpretações. Estas, porém, não encontram ancoradouro, esteio ou baliza de sustentação - levado em consideração o atual

cenário várzea-grandense. Por mais que se queiram dar interpretações ou achar uma explicação para a reviravolta agora registrada. Tarefa um tanto difícil. Impossível até. Pois coisa alguma se viu ou percebeu no município para que o quadro viesse a mudar. Não da forma como demonstra a dita pesquisa.

 

Por mais que saiba da potencialidade política da democrata, bem como da importância do senador-democrata e de sua família no jogo político-eleitoral. Importância, entretanto, não suficiente para transferirem votos a um candidato. Aliás, a eleição de 2008 deixou isso bem claro, uma vez que concorria à prefeitura um dos membros do próprio clã, atualmente deputado federal, e que na oportunidade amargou a derrota.

 

De todo modo, vale realçar, o desenho político-eleitoral que se tem hoje – divulgado pelo instituto em questão - não é definitivo. Muita coisa ainda pode acontecer. Até mesmo a reviravolta agora anunciada, que traz como líder à democrata; assim como igualmente o peemedebista pode reverter a situação a seu favor. Pois ambos se encontram tecnicamente empatados no percentual de rejeição. Além disso, continua grande a quantidade de indecisos ou que não quiseram se manifestar. São mais de 20%. O que abre uma brecha enorme para o crescimento de todos os concorrentes. Principalmente os nomes do DEM e do PMDB, uma vez que estes não se encontram desgastados politicamente, e podem, então, aproveitar-se das dificuldades do prefeito e da ausência de diálogo entre as demais siglas de oposição, capitaneadas ora pela socialista, ora pelos petistas, os quais não conseguem sequer se articular entre si. E nessa gangorra, tornam-se mais frágeis do que, de fato, são.

 

Os acontecimentos vindouros prometem. Prometem muito. Mais ainda do que anuncia a dita pesquisa. Até porque mesmo em razão das últimas disputas, a de 2004 e 2008. Foram disputas decididas nos detalhes, e não será diferente a de 2012. É esperar para ver. Não é o momento ainda das apostas, eleitor e eleitora.

>>> Siga a gente no Twitter e fique bem informado

Comente esta notícia