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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
13 de Maio de 2024

04 de Maio de 2012, 08h:16 - A | A

OPINIÃO / GABRIEL NOVIS NEVES

Mundo terrestre

GABRIEL NOVIS NEVES



Acabei de ler o jornal da minha cidade. Encontrei tantas verdades dolorosas que pensei em encontrar um jornal de mentiras gostosas. O pior é que essas notícias são diárias e repetidas à exaustão, somente com atores e cenários diferentes.

Assim como eu, a população está intoxicada com tanta desgraça.  Nem nas páginas de anúncios classificados encontro algo útil.

Gostaria de ter o desprendimento de alguns amigos, que há muito tempo deixaram o hábito da leitura dos jornais.

As notícias atuais são tão absurdas no sentido ético comportamental, que a vontade é afastar esse cálice de mim, como há anos disse Chico Buarque. Seria covardia da minha parte ignorar a podridão que nos cerca e que produz tantos efeitos letais nos jovens.

Tudo tem um preço e tudo é vendido nesta cidade do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Por exemplo: a velocidade do andamento de um processo administrativo, um pregão para qualquer coisa necessária ao governo do Estado e até uma vaga para ocupar certos cargos bem remunerados e vitalícios.

Todas as falcatruas são consideradas normais - e bandido é tomar banho de cachoeira. Perdemos a guerra para a hipocrisia, símbolo da nossa moderna sociedade - sempre com as honrosas exceções.

É importante não colocar todos no mesmo saco, como se faz na política.

Conheço verdadeiros heróis de verdade que, anonimamente, perambulam pelas ruas desta cidade, hoje cheia de equívocos históricos.

Fotografo o início e o final do dia cuiabano. Quanta beleza existe no céu! Não seria capaz de descrever em um artigo as maravilhas do nosso teto infinito.

O sol, a lua - em qualquer das suas fases -, o azul tão comum por aqui, as nuvens com as suas variações e danças, chuvas, raios, trovões e o arco Iris. A noite escura, as estrelas, a lua e os seus mistérios. A escuridão e o silêncio da noite.

Os pássaros do dia e os da noite. As máquinas voadoras, que à noite chegam a se confundir com as estrelas. A inspiração, que só a noite consegue produzir.

Olhar para o firmamento causa-me um estado de exaltação indefinível.

Sei que muitas pessoas ainda não perceberam que a beleza do espaço celeste nos convida à contemplação e ao relaxamento. É a correria da vida moderna – justificam. O que é terrivelmente lastimável.

Ah! Se descobrissem essas belezas bem ao nosso alcance, muitos dos seus males seriam curados.

O mundo terrestre, não é encantador. É onde brotam as misérias humanas, que se perpetuam com suas profundas raízes.

As belezas de cima não têm limites – nem preço.

*Gabriel Novis Neves é médico em Cuiabá

A redação do RepórterMT não se responsabiliza pelos artigos e conceitos assinados, aos quais representam a opinião pessoal do autor.

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