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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

16 de Abril de 2013, 14h:56 - A | A

OPINIÃO / Airton Segura

Mato Grosso Integrado - O melhor caminho

Airton Segura



 

Em 1985 quem precisasse passar a noite em Primavera do Leste tinha que recorrer a um hotel em Poxoréu. Campo Verde não passava de um posto de gasolina que tinha em exposição, com destaque, numa de suas paredes, a planta de uma cidade que ainda não existia. Estrada? A BR 70 ofertava em uma pista precária, sem asfalto, a poeira da seca e os atoleiros que aprisionavam os incautos fazendo com que uma viagem Cuiabá/Barra do Garças, na melhor das hipóteses, levasse 12 horas ou mais. O governo estadual de então falava em três “E” - estrada, energia e educação -, como eixo de desenvolvimento. O produtor rural pensava, e festejava, colheitas de 45 sacas de soja por hectare (sem a pesquisa) que, não raro, ficavam no campo, esperando pelo escoamento. Os técnicos da pecuária começavam a “fazer” um novilho que em dois anos seria ideal para abate, em vez dos quatro que a pecuária extensiva exigia.
 
O tempo passou, Primavera e Campo Verde tornaram-se cidades importantes, o novilho precoce (terminado em dois anos) viaja para as mesas do mundo, a produtividade da soja chega a mais de 60 sacas por hectare (com tecnologia), Mato Grosso tornou-se um estado rico. Os principais eixos de escoamento da produção foram definidos, veio até a ferrovia, cada vez mais dentro do Estado. No entanto, alguns bolsões de produção foram ficando esquecidos e reproduzindo cada vez mais a antiga realidade.
 
Hoje o MT Integrado, o maior programa de obras do Estado, começa a transformar a vida de 44 municípios, tirando-os do isolamento, dando-lhes competitividade comercial e integrando-os ao desenvolvimento sustentável. São 38 obras de pavimentação, que irão tirar Mato Grosso da poeira e da lama, nos principais eixos de tráfego. O governador Silval Barbosa anuncia que nenhum município ficará sem, pelo menos, um caminho asfaltado. Todos estarão ligados pelo asfalto. Até mesmo Rondolândia, cujo acesso é feito por Rondônia, terá uma pista asfaltada até a divisa. A única exceção fica por conta de 80 km de estrada que corta o Parque Nacional do Xingu, entre Matupá e São José do Xingu. Mesmo assim as pistas receberão cascalhamento e serão elevadas para eliminar os atoleiros. No entorno do parque serão construídos 200 km de asfalto, entre os dois municípios.
 
Na verdade as obras que integrarão todos os municípios do Estado vêm ao encontro de processos que em alguns casos duram 40 anos. A lama, o barro e a interrupção dos caminhos pelas cheias dos rios é o pesadelo destas 44 comunidades desde o primeiro colono. Eles acarretam, além do desconforto, a perda da produção pela falta de escoamento. O MT integrado vem para realizar grandes sonhos de quem passou uma vida inteira esperando. São caminhos que ficaram esquecidos e que agora, lembrados pela vontade política, compõem um amplo programa de obras que terão como resultado as oportunidades de aceleração do crescimento dos municípios para a redução da desigualdade em todo o Estado. Com certeza, este é o caminho. 
 
Airton Segura é jornalista e professor na Universidade Federal de Mato Grosso

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