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Cuiabá, 14 de Maio de 2024
14 de Maio de 2024

06 de Fevereiro de 2012, 07h:41 - A | A

OPINIÃO / PAULO ZAVIASKY

Gurizada guerrilheira de 88

PAULO ZAVIASKY



O Nelson Rodrigues moderno era conhecido como "Ulisses Guimarães", um "oposicionista" ferrenho que somente mantinha amizades com os quartéis da ditadura de sua época e com os caixa-altas paulistas.

Sempre que indagado sobre tal paradoxo político, ele repetia a palavra "diplomacia". Com isso, manteve-se incólume na "oposição" que nunca foi contra nada. Foi dele o apelido-slogan "Constituição Cidadã" para a colcha de retalhos em que se transformou a atual "Constituição Bandida", elaborada pela gurizada de 1988.

Tantos analfabetos por aqui, metalúrgicos, grevistas onde até polícia faz greve. Há o salário-presidiário, desde que contribuam, pensionista de presidiário, salário-filho-de-bandido, mais ajuda-alimentação da família do bandido, mais ajuda-filho-recém-nascido do bandido...

Ao morrer, se transforma em "herói em combate" e a mulher do bandido passa a ser pensionista dos cofres públicos que o bandido tanto roubava.

A Constituição de 1988 se tornou uma cartilha do crime organizado no Brasil porque, na época das eleições daqueles constituintes, o medo ainda imperava nos homens de bem. Menos numa gurizada de estilingues nos pescoços.

Essa gurizada foi laçada à força e, por desconhecer os perigos envolventes de uma campanha eleitoral oposicionista nas ditaduras, foram candidatos e ganharam as eleições, como todo mundo que se atreveu a ser candidato na época, principalmente se fosse barbudo e andasse com o corpo sujo e roupas rasgadas, idem...

A moda de época era ser "sindicalista", mesmo que nada soubessem sobre tal palavra. Era a glória ser ou estar presidente de uma classe operária. Era só fazer aquilo que tanto já sabiam: barulho, bagunça e estilingar os telhados cuiabanos.

Vou pular algumas ginásticas e malabarismos que a nação conta fora de nossas fronteiras mato-grossenses sobre verdades ou mentiras de determinado "herói político" cuja ficção democrática será publicada por gente daqui mesmo, para afirmar que a grande prova desse estrago infanto-juvenil na "constituição-bandida" que Ulisses Guimarães tentou apelidar de "constituição-cidadã" está aí na cara de todos nós.

Trata-se da proteção constitucional absoluta a todos os criminosos e delinquentes que tenham menos de dezoito anos. Além de outros gravíssimos desvios legais. Afinal, fizeram uma Constituição em causa própria, legislaram em causa própria, prevendo tranquilidade para eles próprios quando saíssem do poder para a farra do boi constitucional que tanto sofremos nesta inversão de valores que emperra a vida nacional brasileira.

Só não contavam com uma coisa. Os mais espertos sindicalistas, guerrilheiros, terroristas e bandidos vestiram ternos e gravatas, são "situação" hoje e arrotam poderes e tantos crimes. E, agora, toda a turma que mantém a tradição de barbudos, sujos e rasgados foi alijada, perdeu e perderáo sempre as eleições nesta Pátria.

Até Lula raspou a barba, as guerrilheiras fizeram plásticas e, por cima, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, um dos ministros que ainda restam na esteira acusatória desse gigantesco crime organizado da república federativa do Brasil envergonhado, ao sentir grave mal-estar nesta quarta-feira, contatou o cardiologista da Presidência e foi direto ao Hospital Sírio-libanês.

Por que será que ela não fez o que o Planalto recomenda ao povo? Não passou numa UPA, nem na "espera da espera", para a consulta de trinta segundos para o diagnóstico de virose e a mandarem para casa com receitinha de qualquer coisa; nem foi de madrugada submeter-se à triagem do guarda, da auxiliar de enfermagem, da enfermeira, da outra segurança e do médico para, caso fosse mais grave e urgente, ficar esperando numa maca num corredor entupido de infecções hospitalares cheiro-de-povo até um leito surgir pela morte de outrem.

Ela deveria ter procurado um posto de atendimento do SUS por lá mesmo, em Brasília. Até esse tipo de ministro que prefere o "cheiro de seu cavalo", "prendo, mato e arrebento", ao "cheiro do povo", a Constituição atual permite.

PAULO ZAVIASKY é jornalista em Cuiabá.
[email protected]

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