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Cuiabá, 14 de Maio de 2024
14 de Maio de 2024

10 de Fevereiro de 2012, 09h:06 - A | A

OPINIÃO / MARIO MARQUES

Estado Quebrado

MARIO MARQUES



Enquanto as finanças públicas mato-grossenses vão mal, com o Governo do Estado deixando de pagar fornecedores no prazo, atrasar repasses em áreas essenciais como a saúde, por alegada falta de recursos, o setor privado estadual, especialmente o da produção agropecuária e das empresas ligadas ao agronegócios, dá demonstrações de vitalidade e crescimento. Ostenta índices elevados de produtividade graças ao planejamento e aplicação de técnicas avançadas de manejo da terra.

Na contramão desse modelo, representa o atraso constatar o “calote” promovido pelo Palácio Paiaguás, gerando na sociedade, enfim, na maioria das pessoas que são leigas em matéria econômica e de como funciona as questões orçamentárias oficiais, o sentimento desagradável de que algo de muito errado e grave existe por trás do descompasso enorme entre os setores público e privado.

Com o primeiro puxando o desenvolvimento econômico e social para trás, através de cortes de investimentos e atrasos de pagamentos, enquanto o segundo setor, o que é tocado por micros, pequenos, médios e grandes empreendedores privados, avança em ganhos na produção e na produtividade. Na multiplicação de riquezas e geração de empregos.

Nessa condição de retrocesso pela qual atravessa, independentemente de ser ou não resultado de desmandos políticos e administrativos passados, o fato é que o Governo de Mato Grosso perde força política e credibilidade para atuar como indutor, dínamo impulsionador das atividades geradoras de empregos, pela simples razão de que não tem nada a ensinar ou oferecer nesse sentido.

A não ser funcionar como cobrador de uma pesada carga tributária e, pior, deixando nos contribuinte dúvidas e mais dúvidas sobre a correta aplicação desses recursos.

Ao governador Silval Barbosa, que se encontra no olho desse furacão, compete sair da redoma defensiva, da situação de acuado pela crise, e fazer com que sua gestão passe a criar fatos positivos, eliminando o ambiente de sinistrose que já começa a contaminar setores que não estão vendo mais o governo estadual como aliado e parceiro do desenvolvimento econômico e social.

Ao governador Silval Barbosa compete principalmente agir – e agir logo –, promovendo ações concretas que possam contribuir para contrapor aos “ruídos” desabonadores que já estão ganhando as ruas de que não sobra dinheiro no caixa estadual porque os desvios na aplicação de verbas continuam acontecendo em áreas estatais – espécies de guetos que atuam à revelia da autoridade do governador, fazendo contratações de serviços e aquisições superfaturadas, conforme é o caso da Secretaria Estadual de Educação, entre outras pastas e empresas.

Ao governador Silval Barbosa, pelas relevantes funções de ocupa, compete ouvir menos as vozes adocicadas de puxa-sacos e lobistas de plantão, que atuam descaradamente no seu entorno, sejam parentes, aderentes, ou não, e passar a dar mais atenção àqueles que, despojados de fortes interesses em faturar dinheiro fácil nas tetas públicas, se preocupam, verdadeiramente, com o sucesso de seu governo.

Que votaram e acreditaram nele como a consumação política da chegada ao poder de um homem simples, interiorano, que saiu da pequenina Borrazópolis, lá no Paraná, para ainda jovem se embrenhar nos sertões de Mato Grosso e Sul do Pará, contrair malárias, superar as dificuldades do pioneirismo, e aqui constituir família, ingressar na vida pública, ser prefeito, deputado estadual e agora governador!

É neste Silval que a maioria dos mato-grossenses votou. Para abrir novos horizontes e oportunidades aos que abominam falcatruas com o dinheiro do povo e apenas querem sobreviver com a prestação honesta de seus serviços, nas mais diversas atividades. E hoje não encontram espaço.

Que o governador saiba utilizar o pouco capital de apoio popular que ainda lhe resta e, no exercício legítimo da liderança adquirida por força das urnas, injete ânimo na sua combalida equipe e, assim, possa pôr fim ao ambiente de “fim-de-governo” que o Palácio Paiaguás perpassa, quando ele está apenas adentrando no seu segundo ano.

Reaja, Silval!

(*) MÁRIO MARQUES DE ALMEIDA é jornalista em Cuiabá. Site: www.paginaunica.com.br. E-mail: [email protected]

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