facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

08 de Setembro de 2019, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / ROMILDO GONÇALVES

El Niño

O descompasso criado por ele tem deixado as autoridades com a cara no chão



Não é só no Brasil, mas enquanto o nordeste brasileiro mergulha literalmente em seca, a região norte do país encara seca e morte da vida de forma avassaladora com a ação do fogo florestal. O desconforto e descompasso criado por este fenômeno cíclico natural têm deixado as autoridades brasileiras com a cara no chão por não ter feito em tempo hábil a prevenção necessária.

Informações dos maiores e mais importantes centros de pesquisas e monitoramento meteorológicos ambientais em funcionamento no Brasil e no mundo vêm continuamente alertando autoridades e gestores sobres as difusas intempéries no ecossistemas mundiais causadas pelo fenômeno El Niño, impactando sobremaneira as condições ambientais e a vida na sua plenitude.

Como se vê, estamos em pleno mês de agosto caminhando para setembro e o estrago já pode ser visto e avaliado como extremamente impactante a vida no Brasil e no mundo. A longa e persistente estiagem já era prevista, uma vez que em 1998, 2001, 2004, 2014 este fenômeno havia passado por aqui e feito estragos ambientais e impactado a vida de maneira significativa.   

A questão que se põe é que houve um gigantesco descuido, desleixo e descaso das autoridades brasileiras nos últimos anos no tocante à política ambiental brasileira, e o resultado não poderia ser outro, vez que a extraordinária falta de planejamento ambiental de governantes e gestores para questão em tela era previsíveis.

Na linha de frente desse desleixo, frente ao forte impacto “kit improvisados de calamidade”, começam a aparecer como novas modalidades de prevenção a desastres ambientais. Propondo salvar a vida assim. Vê-se nessa panaceia como se trata as questões ambientais.

Como se sabe El Niño é fenômeno natural oriundo das forças da natureza, ocorrem no mundo inteiro, é um fenômeno cíclico e deve ser encarado como tal. Aliado ao fenômeno a forte pressão antrópica em curso nas últimas três décadas também têm contribuído de forma significativa para acelerar do processo de degradação ambiental tanto no Brasil como no restante do mundo. Uma realidade inconteste!

Pesquisa científica embasada em rigoroso monitoramento ambiental confirma as difusas e complexas alterações climáticas, em consonância com as condições de intempéries no planeta, sejam locais, regionais ou globais, elas são visíveis nos últimos tempos, com seca intensa, chuvas, nevascas, frios, calor... É um fato que vem tumultuando a vida de milhões de pessoas no mundo afora, não é e nunca será uma particularidade do Brasil, isso é fato isso é ciência.

No Brasil, cientistas e pesquisadores do clima como o Dr. Luiz Carlos Moroni da UFA, Dr. Evaristo de Miranda da EMBRAPA, Dr. Ronaldo Vianna Soares-UFP, Dr. Coutinho- USP, Dr. Paulo Artaxo-USP, Alberto Setzer-INPE, Saudosos Dr. Aziz Ab´Saber- USP Janine Felfille – UNB, com os quais comungava e comungo minhas ideias, avaliamos seriamente tais fatos.

 Ao estudar as mudanças climáticas globais constatamos tais assertivas no meio biótico e abiótico com muita clareza. E é exatamente nesse viés que precisamos estar atentos, especialmente para quem vivem em países e em ambientes tropicais.

Pesquisa do “IBGE de 2011” aponta que dos 5.565 municípios brasileiros, apenas 6,2% têm um plano de prevenção para algum tipo de desastre ambiental, algo assustador e fora de foco, não? Ou mais precisamente vergonhoso, não?

Como se vê, entra ano, sai ano, sinistros ambientais previsíveis e evitáveis continuam pipocando país afora! Rogamos a Deus que novas tragédias, sejam naturais ou antropogênicas, não venham a atingir gente indefesa. Será que perdemos a capacidade de indignar?

ROMILDO GONÇALVES é biólogo.

 

 

 

 

>>> Siga a gente no Twitter e fique bem informado

Comente esta notícia