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Cuiabá, 14 de Maio de 2024
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25 de Outubro de 2012, 16h:19 - A | A

OPINIÃO / ADRIANA VANDONI

Dois anos depois …

Se tivesse aproveitado o momento, deixado o PT para apoiar o então candidato ao governo Mauro Mendes (PSB), como de fato apoiou, mas à revelia do PT, Serys teria se gabaritado para ser a candidata a prefeita nestas eleições.

ADRIANA VANDONI



 

Com dois anos de atraso, a ex-senadora Serys Slhessarenko anunciou sua desfiliação do PT. Em 2010 Serys, então senadora em fim de mandato, perdeu a chance de ser candidata à reeleição depois que o ex-deputado federal Carlos Abicalil, passou-lhe a rasteira. Abicalil contou com a ajuda de seu amigo e companheiro de facção José Dirceu.


Serys carregou o PT em Mato Grosso por um bom tempo, acho mesmo que foi a primeira petista que conheci na vida. Sempre se elegeu deputada estadual com expressivas votações, mas ao chegar ao senado, não como oposição, mas com a missão de defender o governo, teve uma atuação mediana e se desgastou politicamente ao se submeter às decisões, digamos, pragmáticas que o seu PT passou a tomar, muitas delas contrárias às bandeiras que Serys sempre empunhou no estado.


Nos anos em que ocupou cadeira no senado, aonde chegou com apoio financeiro de Blairo Maggi, Serys descaracterizou-se ao aliar aos seus algozes. Passou anos transitando entre a conivência e a submissão aos interesses do governo estadual e federal, que importavam lhufas com ela, pois eram amparados por aquele petismo “pragmático” que aceita se aloprar para conquistar algo. A política tem dessas coisas, os sapos aparecem e a pessoa tem que escolher se engole ou se cospe. Ela os engoliu.


Magoada, consternada e com a solidariedade da maior parte da população de Mato Grosso que viu a traição sofrida por ele pelo companheiro Abicalil, Serys ensaiou, mas não deixou o partido. Não escondeu sua contrariedade, expressada publicamente. Em julho de 2010 ela publicou em seu twitter: “No palanque de traidor [Abicalil] não subo, eu subo apenas no palanque que respeita o povo, que respeita a mulher, que joga limpo”. Com essa atitude Serys virou o jogo contra ela mesmo.


Se tivesse aproveitado o momento, deixado o PT para apoiar o então candidato ao governo Mauro Mendes (PSB), como de fato apoiou, mas à revelia do PT, Serys teria se gabaritado para ser a candidata a prefeita nestas eleições. Estaria filiada no PSB ou PDT e contaria com o apoio de todo o grupo.


Mas não soube aproveitar a oportunidade. Deixou-se sangrar até o ponto em que hoje, a sua saída pouco ou nada representa no cenário político estadual.


Se serve de consolo para Serys, Abicalil não está em melhor situação. Depois de conquistar corações e mentes da cúpula majoritária petista ao usar seu mandato de deputado federal para defender com suas garras os envolvidos no mensalão, Abicalil concorreu ao senado na segunda vaga, em pareceria com Blairo Maggi, e perdeu a eleição com votação pífia no maior colégio eleitoral do estado. Hoje Abicalil vagueia pelo congresso nacional encostado numa assessoria na liderança do PT, enquanto seu amigo, guru, mentor e exemplo de vida Zé Dirceu, está às portas de Tremembé.


Serys deixou o PT. Ufa! Pena que tenha saído com dois anos de atraso.

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Sebastião 25/10/2012

A Serys era a única pessoa de bom senso no PT de MT. Talvez a Enelinda Scala ainda seja a única agora, creio. Parabéns à Serys pela decisão, mais que acertada.

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1 comentários

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