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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

15 de Junho de 2012, 09h:07 - A | A

OPINIÃO / LOUREMBERGUE ALVES

Desistências e alianças

LOUREMBERGUE ALVES



Notícia tripé que mexeu com o mercado da política matogrossense. Não apenas com o da Capital. Embora tenha como pano de fundo a disputa pela poltrona central do Palácio Alencastro. Isso fortalece politicamente o empresário-socialista, e encolhe o universo de escolhas do eleitor, em meio a um cenário eleitoral que se associa não só o de agora, mas também o de 2014.

 

Pois não foram as propostas de governo do PSB que atraem peemedebistas e republicanos. Estes se vêm atraídos, isto sim, pela possibilidade de conquista das rédeas do Executivo cuiabano. Entende-se, então, o esvaziamento das candidaturas próprias. Dorileo e Vuolo se queixaram disso, e com razão, uma vez que nenhum deles contou com o respaldo partidário. Não o suficiente para fazer frente a outros nomes, que igualmente surgiam no tablado municipal. Isso ficou claro quando se soube da briga por espaço dentro do PR, com dois ex-secretários como protagonistas de uma cena desnecessária, e de um rosário de especulações que atravancou o PMDB.

 

Ao lado dessas cenas, uma terceira se sobressaiu. Sobressaiu porque as referidas siglas estão em queda de braços, com cada qual na dura tarefa de se mostrar mais preparada para oferecer o nome à vice na chapa encabeçada pelo empresário socialista. O curioso é perceber que nem entre os republicanos, tampouco entre os peemedebistas se acha um político à altura.

 

Não do representante do PSB, porque este também está bastante distante da condição de titular, mas da grandeza do cargo de vice-prefeito da Capital. Um cargo que pode servir de trampolim para o posto de prefeito. No instante em que o ‘eleito‘ - caso confirme os números das pesquisas até hoje publicadas - sair-se para a disputa pela cadeira do Palácio Paiaguás, com o fim de afastar-se da realidade o sonho do senador-pedetista. Manobra política que conta com a bênção do governador e o patrocínio do senador republicano. Maggi e Silval têm a pretensão de continuarem à frente do grupo encastelado no poder de mando do Estado, e, como este grupo não possui um candidato ‘com credenciais‘ suficientes para medir forças com Pedro Taques, possivelmente irão se valer do Mauro Mendes em 2014. Isso sem perderem de vista seus segundo flanco, cujo alcance lhes permita eliminar o poder de força e de barganha do presidente regional peemedebista.

 

Percebe-se, assim, parte da engenharia política. Uma engenharia pensada, porém cheia de brechas que se sucedem desde o momento do seu surgimento. Uma dessas brechas provoca o esfacelamento do ‘Movimento Mato Grosso Muito Mais‘, criado lá em 2010, enquanto abrem possibilidades de amarrações em torno das candidaturas peessedista, tucana e petista - isso até a nacional não achar prudente intervir na municipal.

Acontece, porém, que estes grupos não encontraram um jeito de concretizá-las, inclusive por ausência de um articulador, capaz de desatar os nós que aparecem em razão da ‘corrida‘ de peemedebistas e republicanas para o lado do PSB.

 

Em meio a isso, tragicomicamente, as negociatas são concretizadas. Estas fortalecem uma candidatura, enquanto outras podem se sentir frágeis, o que empobrece o cenário da disputa. Foto que depende, e muito, do retratista, que é o eleitorado, o qual, sequer, foi convidado para sentar em volta da mesa de negociação, e isso pode levá-lo a ‘chutar o pau da barraca‘, e, desse modo, frustrar o plano de voo de socialistas, republicanos e peemedebistas.

 

Sobretudo quando ele, o eleitor, perceber que a aliança em formação possui projeto de governo algum, muito menos os anseios populares aparecem no discurso que ela pretende escrever.

 

LOUREMBERGUE ALVES é professor e articulista político

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