facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

17 de Julho de 2012, 10h:57 - A | A

OPINIÃO / GABRIEL NOVIS NEVES

Casa dos suplentes

GABRIEL NOVIS NEVES



Quem diria que o Senado Federal, que um dia foi a Casa de Ruy Barbosa, fosse transformado em pensão de suplentes sem votos.


É o preço da democracia brasileira.


O percentual de ‘senadores’ sem votos, logo, sem representatividade, atinge marcas extremamente perigosas.


Essa classe de senadores biônicos tem as mais diferentes origens. A maioria é composta por financiadores da campanha ou sócios ocultos chamados popularmente de laranjas, quando não, familiares.


É constrangedor ver um desses sem votos debater assuntos nacionais com um Pedro Simon.


O pior é que o número deles cada vez aumenta mais. É raro o Estado que não tem o seu suspeito bionicozinho no plenário que um dia frequentou o Darcy Ribeiro.


O nosso Estado sempre manda o seu sem voto para o Senado, que assume pelo acordo de campanha.


Uns assumem única e exclusivamente para resolver seus problemas particulares.


Outros por obra do destino. Como o incrível caso de Goiás, onde sai o titular - futuro candidato à Presidência da República - por suas ligações com um bicheiro e, entra o ex-marido da esposa do contraventor.


Deu para entender? 


Sai um senador do Cachoeira e entra outro do mesmo contraventor, agora ligado por laços consanguíneos.


No Maranhão, o titular assume um Ministério e, em seu lugar, fica o seu filho.

Em Minas, o empreiteiro que financiou a campanha do senador assumiu com a morte do titular.

Em Mato Grosso, pelo acerto de campanha e outras afinidades, sai o titular que pediu votos para nos representar e assume em seu lugar um suplente da sua extrema confiança.


A lista é longa e chega a assustar.


O triste nessa história toda é a desmoralização de uma instituição que deveria ser séria pelos seus próprios representantes.


E lembrar que um dia os Senadores foram chamados de Pais da Pátria!


Hoje, esses senhores são reverenciadas pelo povo, pelo deboche que fazem deste país.


Por favor, espertos senadores! Um pouco de respeito à população faz bem a esta nação, tão impotente diante de tantos desmandos e atos não republicanos por parte dos senhores!


Ninguém suporta mais tanta hipocrisia das nossas autoridades. O país perdeu seus índices de desenvolvimento e, principalmente, de dignidade.


Gostaria que o presidente Lula fizesse nova avaliação sobre o número de picaretas existentes no Congresso Nacional, especialmente no Senado Federal.


*Gabriel Novis Neves é médico em Cuiabá.

A redação do RepórterMT não se responsabiliza pelos artigos e conceitos assinados. Eles representam a opinião pessoal do autor.

 

 

>>> Siga a gente no Twitter e fique bem informado

Comente esta notícia