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Cuiabá, 12 de Maio de 2024
12 de Maio de 2024

30 de Setembro de 2012, 09h:42 - A | A

OPINIÃO / MÁRIO MARQUES DE ALMEIDA

Baixaria total

MÁRIO MARQUES DE ALMEIDA



Sob o pretexto calhorda de que o errado em política é perder as eleições, o vale-tudo na campanha está se sobressaindo em Cuiabá ao ponto da “baixaria” estar tomando proporções que já estão a exigir intervenções, tão rigorosas quanto urgentes, por parte de quem de direito. 

O descalabro inclui desde a imundície da panfletagem apócrifa que está sendo lançada em grande quantidade na cidade, com textos caluniosos e sem responsável identificado, mas cuja origem não é assim tão difícil de se imaginar, ao emprego de profissionais de caráter duvidoso e que se prestam ao papel de se aproveitar de locais de aglomeração de pessoas, inclusive dentro de ônibus, para denegrir a imagem deste ou daquele candidato. 

Utilizando o expediente manjado, conhecido como “teatrinho” e que costuma ser acionado por determinados núcleos sórdidos de campanhas acostumados a apelar para o jogo sujo, quando seus candidatos começam a perder terreno na corrida eleitoral. Deixando de lado propostas sensatas e exequíveis, capazes de sensibilizar a maioria do eleitorado. Na falta destas, preferem a “baixaria”! 

Em que pese ser também um crime eleitoral, essa prática nojenta, juntamente com os panfletos anônimos, está se avolumando ao ponto de, caso não seja estancada logo, poder contaminar o resultado das eleições. O que é péssimo para a democracia e seus defensores! 

Fato que exige das autoridades responsáveis o acionamento do aparato policial e de investigação, para que entre em campo a fim de descobrir os autores do “cangaço” eleitoreiro, que de novo não tem nada. Apenas o fato de que, nestas eleições, ressurge com mais intensidade e força em relação àquilo que ocorreu em pleitos anteriores. 

Aos leitores porventura intrigados com o que seja esse tal “teatrinho”, informamos que, geralmente, é praticado por dois ou três elementos contratados para fazer o trabalho sujo. Eles agem em locais onde se aglomeram muitas pessoas, como feiras, e também embarcam em ônibus nos quais, conversando, sempre em voz alta – obviamente, para chamar a atenção -, passam a emitir conceitos negativos, como se estivessem revelando “segredos” conhecidos por poucos, sobre o candidato do qual querem desconstruir a imagem. 

No meio da conversa, às vezes, um dos atores da farsa se identifica como alguém que iria votar naquele candidato cuja moral está sendo atacada, mas, ao tomar conhecimento dos fatos, resolveu, naquele momento, mudar de ideia e não mais votar nele. E fala isto quase aos gritos, e em tom de indignação e decepção. 

A farsa tem essa finalidade: tentar contaminar as pessoas que, inocentemente, sem saber que estão ouvindo uma montagem ardilosa, podem se deixar influenciar, mudando a sua opinião a respeito do candidato no qual pretendiam votar. 

Essa simulação, travestida de manifestação espontânea de simples eleitores, constitui crime eleitoral e que não é tão difícil de ser flagrado, desde que haja determinação para desmascarar os farsantes. 

MÁRIO MARQUES DE ALMEIDA é jornalista em Cuiabá. 
www.paginaunica.com.br
[email protected]

 

A redação do RepórterMT não se responsabiliza pelos artigos e conceitos assinados, aos quais representam a opinião pessoal do autor.

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