G1/MS
Luana estava com o marido e amigos em um baile funk que era realizado no centro comunitário do bairro Universitário. Por volta das 2h houve uma briga e a estudante falou para o marido que estava ferida.
"Ele [o suspeito] explodiu a garrafa na cabeça de um cara e a garrafa pegou nela. Só que eu não tinha visto. Estava tudo muito escuro. Aí ela veio com a mão no pescoço falando: amor, meu pescoço está sangrando amor", conta , em lágrimas, o vendedor David Eduardo Pereira Silva, marido de Luana.
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David e amigos levaram a jovem para a UPA mais próxima, lá, segundo eles, houve demora no atendimento, os profissionais tentaram reanimá-la, mas ela não resistiu.
A agente comunitária de saúde não morava mais com a irmã, mas estava sempre na residência da mãe, onde Luana vivia também com o marido. As duas tinha ido ao cinema no dia anterior a morte e, na volta, passaram em frente ao local onde aconteceu o baile funk e chegaram a comentar sobre o evento.
No dia seguinte, Luana foi trabalhar e passou o dia no serviço. Falou com a mãe por mensagens algumas vezes e quando chegou em casa, o marido, que havia passado a semana fora da cidade trabalhando, já estava lá, assim como outros familiares e amigos. "Ela querendo comemorar, estava muito, muito feliz. Baixou músicas antigas com a irmã, começaram a dançar. Foi um negócio meio diferente. A Luana estava muito alegre, deu muita risada", conta a mãe dela, Maria de Farias Araújo.
'Parecia que ela estava se despedindo da gente. Meu pai não mora mais aqui [em Campo Grande]. Fim de semana passado ela chamou ele, ele veio, a gente se divertiu na casa da minha avó paterna. Antes de ir para a festa, a gente se divertiu tanto [em casa]. Ela dançou com meu filho. E depois ela queria se divertir com o marido. Não tem uma semana que ela me convidou no Facebook para colocar in memorian caso acontecesse alguma coisa com ela. Tem um mês que minha mãe começou a pagar pax. Parecia que estava tudo na nossa cara e a gente não via isso. Ela deu tchau pra todo mundo", relembra Jéssica, emocionada.
Suspeito
De acordo com a delegada Célia Maria Bezerra, que investigou o caso inicialmente, uma briga causada por ciúme resultou na morte de Luana, que passou pela confusão sem ter ideia do que estava ocorrendo. Um adolescente, de 15 anos, foi identificado e é o principal suspeito.
"O adolescente estava com amigos e uma menina no baile, os dois estavam se beijando. O ex dela viu a cena e não gostou e foi tirar satisfação. Foi nessa hora que começou a confusão. Eles trocaram socos e empurrões. Em um determinado momento, o ex estava indo embora, mas o menor o perseguiu com a garrafa de vodca vazia e desferiu um golpe na cabeça do rapaz. Infelizmente, a Luana passava do lado quando isso ocorreu", disse a delegada.