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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
13 de Maio de 2024

25 de Junho de 2012, 15h:47 - A | A

NACIONAL / FRIBOI

Sindicato questiona incentivos fiscais à empresa JBS

Os trabalhores acusam a organização de "quebrar" pequenos empreendimentos da região

JUCIARA SANTOS



O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Carnes e Laticínios (Sintracal) criticou os incentivos fiscais concedidos pelo Governo à empresa JBS-Friboi. Segundo o secretário geral da entidade, Cesar Rolim, os benefícios, dados à JBS e aos pequenos frigoríficos, são desiguais. “Nós não entendemos a matemática do BNDS. Quando um pequeno empreendedor precisa de ajuda, o banco não dá nem um centavo, para a JBS, que já esta consolidada fora do país, eles liberam a verba facilmente”, afirmou.

O sindicato classifica a prática governamental como “abatimento” dos pequenos empresários, por meio do endividamento. O último frigorífico fechado foi a do município de Nova Monte Verde.

Os trabalhadores vão encaminhar ao Ministério Público do Trabalho relatório com todas as acusações. Os trabalhadores ainda denunciam os excessos cometidos pela empresa, como a jornada de trabalho abusiva, salários congelados a sete anos e condições mínimas de trabalho, como o oferecimento de água para o consumo. “A JBS dá mais importância pro berro de um boi do que para um gemido do trabalhador”.

A redação do RepórterMT tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da empresa JBS-Friboi, mas ninguém atendeu ao telefone.

INCENTIVOS FISCAIS

Os incentivos fiscais já foram amplamente discutidos pelos deputados, na Assembleia Legislativa, e pelos conselheiros, no Tribunal de Contas do Estado. O presidente da AL, José Riva (PSD), disse que a forma como os benefícios estão sendo aplicados na agropecuária, só tem ajudado os grandes frigoríficos. “Esse incentivo deveria ser dado ao pecuarista, o que é totalmente inviável com a atual conjuntura da política. Hoje, esses benefícios enriquecem frigoríficos e estimulam os picaretas. Tenho denúncia de mais de 20 empresas com benefícios fiscais irregulares”.

Na última reunião da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento Orçamentário, Percival Muniz (PPS), um dos grandes críticos da política de incentivos fiscais, acabou se rendendo à explicações do secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf. Há cerca de um mês, Muniz questionou os benefícios dados à Friboi e outras empresas que se instalaram em Mato Grosso. O parlamentar dizia que o estado pede por ano, cerca de R$ 300 milhões em arrecadação por conta dos incentivos.

GOVERNO

De acordo com dados do próprio governo, somente 20% dos mais de R$ 1 bilhão de incentivos concedidos anualmente pelo Estado passam pela Secretaria de Estado de Indústria e Comércio. Segundo Nadaf, a alíquota dos frigoríficos é pequena, com cerca de 3,5%, e por isso são obrigados a recolher ICMS do que vendem. Desse montante, 1% vai para o Fundeic. Ou seja, a balança é estável.

De acordo com dados da Sicme, Mato Grosso beneficia as empresas com a política de incentivos fiscais em quase R$ 700 milhões. Em Goiás, são R$ 4,5 bilhões. “Com essa realidade, precisamos criar competitividade para atrair empresas para MT, senão vamos perder espaço e mercado”, afirmou Nadaf.

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