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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

06 de Julho de 2012, 16h:31 - A | A

NACIONAL / MACROECONOMIA

Sem os bancos públicos, crise hoje seria pior, diz Mantega

O ministro disse que a atuação dos bancos públicos tem impedido uma desaceleração

VALOR ECONÔMICO



O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a atuação dos bancos públicos - no crédito de longo prazo, no financiamento ao consumidor ou no capital de giro das empresas - tem impedido uma desaceleração mais acentuada da economia brasileira. Ao mesmo tempo, criticou a retração das instituições privadas na oferta de crédito. Se o financiamento da economia hoje dependesse apenas do setor privado, o quadro até poderia ser de recessão, disse o ministro.

"Não quero aumentar o BNDES, mas sem ele não teríamos investimento no Brasil", disse Mantega, em entrevista exclusiva ao Valor, lembrando a importância dos bancos públicos para evitar um tombo ainda maior da atividade econômica em 2009, quando o PIB encolheu 0,3%.

Bem humorado com a vitória do seu Corinthians na Libertadores, Mantega afirmou que a oferta de crédito subsidiado pelo BNDES deve permanecer enquanto as instituições financeiras privadas não assumirem o papel de oferecer financiamento de longo prazo. "O setor privado não gosta disso. Mas eu falo para eles: no dia em que vocês estiveram presentes, emprestando no longo prazo, eu reduzo o BNDES."

Mantega criticou o que classifica de postura pró-cíclica dos bancos privados, de emprestar muito quando a economia cresce com força e de reduzir a oferta de crédito num momento em que a atividade se enfraquece. Segundo ele, parte do aumento da inadimplência bancária, especialmente no setor de veículos, se deve a exageros cometidos por algumas instituições em 2010, o que gerou problemas específicos no segmento. Mantega lembrou que, na ocasião, o crédito se expandiu a uma taxa de 30%. "O governo não quer euforia, quer equilíbrio." Foi nesse contexto que, no fim de 2010, foram adotadas medidas macroprudenciais (restrição ao crédito) para evitar os exageros.

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