DIÁRIO DE CUIABÁ
Mato Grosso abriu no início da semana passada a temporada nacional da soja 2012/13 com a expectativa de mais um recorde de produção: atingir 24,13 milhões de toneladas, 12,9% maior que o recorde anterior. Dentro deste feito, outro número inédito começa a ser contabilizado pelo segmento, o avanço na adoção de variedades precoces – sementes de ciclo curto entre 100 e 110 dias – nesta safra. Sojicultores que querem fazer a chamada “safrinha” estão cada vez mais antecipando o plantio e lançando mão de cultivares que possibilitem lavouras prontas para colher a partir de meados janeiro de 2013.
A evolução da cobertura da precoce ainda está sendo avaliada no Estado, mas em função da pressão de preços e demanda sobre o milho – cultura que sucede a soja no Estado e dominada de safrinha – e também como estratégia para se fugir da incidência da ferrugem asiática – que nesta safra promete eclodir mais cedo e se espalhar com maior rapidez – é certo que a variedade terá participação inédita na temporada mato-grossense, deixando para trás as médias de 25% e até 30% da área total de soja ocupada pela cultivar de ciclo curto. O gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), Luiz Nery Ribas, acredita que dos 7,9 milhões de hectares que deverão ser cultivados, aproximadamente 40%, abriguem variedades precoces.
Considerando números do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária do Estado (Imea), a precoce deverá representar 33% da área plantada com a oleaginosa. No entanto, considerando que a área de milho é teoricamente a superfície que primeiro foi ocupada com a soja de ciclo mais curto, haveria então uma participação de 37%. O Instituto projeta área de 7,89 milhões ha de soja e 2,91 milhões para o milho.
Qualquer percentual acima de 30% garantirá às precoces papel jamais visto no Estado. Diante desse dado, a partir de janeiro, Mato Grosso passa a oferta ao Brasil e ao mundo pouco mais de 7,23 milhões de toneladas ainda durante o período considerado entressafra e que pode então garantir preços melhores ao produtor que puder comercializar o disponível, e não apenas cumprir contratos, poderá obter boa remuneração. Afinal, o Estado será o primeiro a ofertar a nova safra nacional.