G1/BEM ESTAR
A Rússia anunciou, nesta quarta-feira (12), que o primeiro lote de sua vacina contra a Covid-19 estará pronto para ser aplicado em alguns médicos em duas semanas. O país também rejeitou as preocupações "sem fundamento" em relação à segurança do imunizante levantadas por alguns especialistas, devido à rápida aprovação da vacina por Moscou.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse na terça-feira (11) que a Rússia havia se tornado o primeiro país a dar aprovação regulatória para uma vacina contra a Covid-19, depois de menos de dois meses de testes em humanos.
A vacina ainda não concluiu os testes em estágio avançado. Alguns cientistas temem que Moscou esteja colocando o prestígio nacional à frente da segurança.
"Parece que nossos colegas estrangeiros estão vendo as vantagens competitivas específicas do medicamento russo e estão tentando expressar opiniões que, em nossa visão, são completamente sem fundamento", disse o ministro da Saúde, Mikhail Murashko, nesta quarta.
Ele disse que a vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, será aplicada na população, incluindo em médicos, de forma voluntária, e estará pronta em breve.
"Os primeiros pacotes da vacina contra a infecção pelo coronavírus serão recebidos dentro das próximas duas semanas, primeiramente para médicos", disse.
Desconfiança
Na terça, a OMS comentou o anúncio da vacina russa. A entidade declarou que a Rússia "não precisa de sua aprovação" para registrar a vacina, e que precisará ter acesso aos dados da pesquisa para avaliar a eficácia e segurança da imunização para aprová-la.
Alexander Gintsburg, diretor do Instituto Gamaleya, disse que os ensaios clínicos serão publicados assim que foram analisados pelos especialistas da própria Rússia. Ele disse que o país planeja ter capacidade para produzir 5 milhões de doses por mês entre dezembro e janeiro.
O Cazaquistão planeja enviar autoridades governamentais a Moscou ainda neste mês para discutir possíveis entregas da vacina, disse o gabinete presidencial do país.