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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

04 de Setembro de 2013, 14h:37 - A | A

NACIONAL / FLUXO DE DÓLARES

Quase US$ 6 bi saem do Brasil em Agosto, maior valor de 2013

Números sobre o fluxo de dólares foram divulgados pelo BC nesta quarta. No acumulado do ano, ainda há entrada de recursos, mas em valor baixo.

Do G1, em Brasília



O Banco Central informou nesta quarta-feira (4) que a saída de dólares no país superou o ingresso de moeda estrangeira em US$ 5,85 bilhões em agosto - o maior valor para um mês fechado desde dezembro do ano passado, quando US$ 6,75 bilhões deixaram a economia brasileira.

Essa foi a terceira retirada consecutiva de dólares do país. Em junho, US$ 2,6 bilhões deixaram o Brasil e, em julho, outros US$ 1,44 bilhão saíram do país. Deste modo, US$ 9,9 bilhões foram levados para o exterior nos últimos três meses.

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A saída de recursos no país registrada em agosto favorece, em tese, a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tende a ficar maior.

O dólar começou a subir com mais intensidade em meados do mês de maio. Com isso, os números do BC contrastam com declarações de integrantes da equipe econômica de que a alta da moeda norte-americana não seria acompanhada da saída de divisas da economia brasileira. Essa análise foi feita pelo chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel, e também pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Acumulado do ano

No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, porém, ainda há mais entrada que saída de dólares na economia brasileira. Neste período, foi contabilizado o ingresso de US$ 2,23 bilhões na economia brasileira. Isso representa uma queda expressiva de 90% frente a igual período do ano passado – quando a entrada de divisas no país somou US$ 22,98 bilhões.

Esse ingresso de valores registrado neste ano, entretanto, segundo operadores, também está relacionado com a captação da Petrobras no mercado externo de US$ 10 bilhões feita em maio. Não há informação exata, porém, sobre quanto desta operação foi, de fato, internalizado no Brasil.

A fraca entrada de dólares neste ano tem levantado a preocupação de economistas sobre o financiamento das contas externas. Desde 2005, somente um ano registrou fluxo negativo (2008, com a retirada de US$ 983 milhões do país). Em 2009, 2010, 2011 e 2012, houve entrada líquida de recursos de, respectivamente, US$ 28,7 bilhões, US$ 24,3 bilhões, US$ 65 bilhões e US$ 16,7 bilhões.

Impacto na cotação do dólar

A saída de recursos no país favorece a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tende a ficar maior. No fim de julho, o dólar estava em R$ 2,28. No fechamento de agosto, estava cotado a R$ 2,38, com alta de 4,5% no mês.

Economistas avaliam que, além da escassez de recursos direcionados para a economia brasileira, também consequência da retirada de estímulos nos Estados Unidos, a alta do dólar no Brasil está relacionada ainda com as expectativas negativas para o país – que tem se ressentido de um baixo crescimento do PIB e de uma inflação em alta, além de um aumento do déficit das contas externas. E também guarda relação com as movimentações do mercado futuro.

Programa do BC

Para conter uma alta maior do dólar, o Banco Central anunciou, no fim de agosto, que fará intervenções diárias no câmbio, pelo menos, até o fim deste ano – quer seja por meio de "swaps cambiais" – instrumentos que funcionam como venda de divisas no mercado futuro – ou pela venda de dólares com compromisso de recompra.

Ao todo, o novo programa de oferta de "swaps cambiais" ao mercado envolverá cerca de US$ 37 bilhões entre o fim de agosto e o fechamento de 2013, ao mesmo tempo em que a oferta de linhas no mercado à vista, com compromisso de recompra, totalizará cerca de US$ 20 bilhões. Deste modo, o pacote total do BC envolve mais de US$ 55 bilhões neste ano.

O novo programa do BC se assemelha ao processo anunciado pela autoridade monetária em 2001 e 2002. Na ocasião, o diretor de Política Monetária da instituição, Luiz Fernando Figueiredo, informou que o BC iria atuar diariamente no mercado de câmbio, com vendas de recursos no mercado à vista. O processo ficou conhecido, naquele momento, por "ração diária".

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