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Cuiabá, 12 de Maio de 2024
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22 de Agosto de 2019, 09h:24 - A | A

NACIONAL / 'OPERAÇÃO TRITÃO'

PF prende ex-deputado e mais 18 em operação; desvios em contratos de R$ 100 milhões.

Ex-deputado Marcelo Squassoni é o principal alvo da segunda fase da Operação Tritão, que mira também ex-diretores da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e empresários.

G1/ SANTOS E REGIÃO



A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (22), o ex-deputado federal Marcelo Squassoni (PRB-SP), além de ex-integrantes da cúpula da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e empresários, em uma investigação sobre supostas fraudes em licitações e contratos na estatal. A ação é a segunda fase da Operação Tritão.

São 21 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em cumprimento com autorização da 5ª Vara Federal de Santos. Até as 9h30, 19 pessoas tinham sido presas, e duas estavam foragidas - inicialmente as equipes da operação contabilizaram 20 presos, e retificaram a informação às 9h50. O G1 tenta contato com a defesa dos investigados.

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O principal investigado é Squassoni, suspeito de ser um dos articuladores do esquema na Codesp e que, segundo o Ministério Público Federal, recebeu R$ 1,6 milhão em propina. Ele não foi localizado em sua casa em Guarujá pela manhã, mas o local também foi alvo de buscas. O G1 apurou que o político estava na capital paulista se apresentou à PF às 9h30.

A fase inicial da Tritão ocorreu em outubro de 2018, quando o então presidente, dois diretores e um servidor da Codesp, além de três empresários, foram presos por suspeita de corrupção, fraude em licitações e peculato (apropriação de recursos públicos). Na ocasião, três contratos ilícitos firmados com a estatal foram identificados. Todos os investigados foram soltos posteriormente.

A segunda etapa da operação, denominada Círculo Vicioso, foi deflagrada com o aprofundamento das investigações e com a delação de um dos presos na fase inicial. Foram identificados mais dois contratos, que juntos passam de R$ 100 milhões, com indícios de fraude: um de segurança do porto e outro de fiscalização por drone.

Os mandados são de prisão temporária, válidos por cinco dias. São cumpridos nove em Santos e dois em Guarujá, na Baixada Santista, e outro em Ilhabela. Os demais são em Bragança Paulista e Serra Negra, no interior paulista, em Duque de Caxias (RJ) e em Fortaleza (CE). Há mandados de busca e apreensão para todos os endereços dos alvos.

Há ainda três mandados de buscas para empresas investigadas na operação. Duas delas tiveram os contratos reincididos pela atual gestão da Codesp, que identificou irregularidades por auditoria interna, e a outra perdeu um pregão eletrônico considerado fraudulento pelos investigadores.

Os presos, exceto aqueles localizados fora do estado de São Paulo, deverão ser submetidos a audiência de custódia pela manhã na Justiça Federal em Santos. Em seguida, serão encaminhados para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal, no bairro Lapa, na capital paulista, para cumprimento da prisão temporária.

Segundo a Polícia Federal, os investigados nesta etapa da operação vão responder pelos crimes de organização criminosa, associação criminosa, fraude a licitações, e corrupção ativa e passiva.

Operação Tritão, fase um

A primeira fase da Operação Tritão (rei dos mares, na mitologia grega) foi deflagrada em outubro pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas da União e Receita Federal, após suspeitas desvios em contratos de R$ 80 milhões. Sete pessoas foram presas naquela ocasião.

O Ministério Público Federal afirmou já naquela ocasião que havia a atuação de uma organização criminosa na Codesp. Por meio de corrupção, os integrantes formaram um cartel e fraudaram licitações públicas em posteriores contratos firmados na estatal com as empresas MC3 e N2O, que juntos totalizam quase R$ 40 milhões.

As investigações começaram depois de um vídeo vazado na internet em setembro de 2016 mostrava o então assessor da presidência da Codesp, Carlos Antonio de Souza, negociando um contrato de digitalização de documentos. Mesmo sem licitação publicada, ele falava em valores e o nome da empresa vencedora.

Da Codesp, foram presos, além do assessor que aparecia nas imagens, o então diretor-presidente, José Alex Botelho de Oliva, o diretor de mercado, Cleveland Sampaio Lofrano, e o diretor jurídico, Gabriel Nogueira Eufrasio. Os empresários Joabe Franscisco Barbosa, Joelmir Francisco Barbosa e Mario Jorge Paladino eram alvos.

Os sete foram presos temporariamente, depois preventivamente. Uma decisão posterior do desembargador federal Fausto de Sanctis, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, libertou os diretores e os empresários, mediante fiança e medidas cautelares, por considerar que as prisões ocorreram por "afirmações genéricas".

Após a prisão dos investigados, Ministério dos Transportes decidiu por retirar dos cargos o presidente da Codesp e os diretores envolvidos. No mesmo dia, o Conselho de Administração (Consad) da companhia aprovou os nomes dos servidores substitutos, que assumiram os cargos até a mudança de governo, em Brasília (DF).

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