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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

10 de Agosto de 2020, 14h:33 - A | A

NACIONAL / DOENTIO

Irmão de crianças mortas diz que padrasto planejou acidente por não aceitar fim de relacionamento

Família afirma que, dias antes, ele havia ameaçado a mãe das crianças e ex-mulher por não aceitar o fim da relação.

G1/PB



A família das crianças mortas em um acidente na Dutra, no último domingo (9), acredita que a batida tenha sido planejada pelo pai por não aceitar o término do relacionamento com a mãe dos meninos. O homem foi preso por suspeita de homicídio doloso. Segundo a Polícia Civil, ele entrou na rodovia pela contramão, trafegou pelo acostamento e jogou o carro contra uma carreta.

De acordo com o irmão das vítimas, João Pedro Mendes, de 21 anos, a mãe e o padrasto ficaram casados por seis anos. Os dois tinham uma união estável, mas nos últimos anos teriam começado discussões frequentes e em uma delas o homem teria agredido a esposa. Ela, então, procurou a polícia e decidiu se separar.

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João conta que nos últimos meses, depois da separação, a mãe passou a receber ameaças do ex, que chegava a persegui-la. Na última quinta-feira (6), eles teriam tido uma discussão por causa da pensão em atraso e ele a teria ameaçado de morte.

Desde a discussão, as crianças não viam o pai - a guarda era da mãe. No domingo (9), segundo João, ele teria ido a casa da ex-mulher e pedido para levar os filhos para verem a pintura nova da oficina em que trabalha.

A mãe teria deixado por insistência dos filhos e dado prazo de meia hora para que ele trouxesse as crianças de volta. Com ele, foram Samuel Henrique, de seis anos, Saulo José, de quatro anos, e a afilhada da mãe, de três anos.

"Quando deu a meia hora e ele não voltou, ela foi lá para buscar os filhos e encontrou a afilhada de três anos sozinha na calçada. Começamos a tentar contato com ele, mas não atendia", diz.

Após quase uma hora sem que o pai dos meninos atendesse as ligações, João conta que começaram as buscas. "Nos dividimos e fomos a vários lugares onde ele poderia ir com as crianças enquanto minha mãe seguiu para a delegacia. Ao chegar lá, ela soube pelos policiais que os filhos estavam mortos".

De acordo com o boletim de ocorrência, o pai entrou na contramão na via Dutra em alta velocidade e avançou contra um caminhão. Na batida, os dois filhos morreram.

A família acredita que ele planejou a morte para atingir a mãe por não aceitar o divórcio. "Ele a ameaçou dizendo que ela escolheria se ia ter uma vida longa ou a morte. Apesar disso tudo, ela nunca acreditou que ele pudesse fazer algo contra os próprios filhos. O que ele fez para ela foi mais que uma morte. É irreparável", conta.

Além de estar na contramão e o depoimento do caminhoneiro reforçar que o pai dos meninos jogou o veículo contra o caminhão, a perícia não encontrou marcas de desvio ou de freada no local do acidente.

O pai sobreviveu e está internado no Hospital Regional de Taubaté, com escolta policial. O caso foi registrado como homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Apesar disso, ainda é investigado pela polícia.

Samuel e Saulo foram enterrados em Cruzeiro na manhã desta segunda-feira (10).

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