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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

06 de Dezembro de 2012, 07h:18 - A | A

NACIONAL / RIO DE JANEIRO

Feridos em queda de elevador relatam momentos de pânico

‘Na hora que bateu no fosso, achei que ia morrer’, conta vítima

O GLOBO



Sete pessoas que estavam num dos elevadores do Edifício Botafogo, um prédio de 11 andares no número 123 da Rua da Passagem, viveram momentos de pânico na manhã de quarta-feira. O equipamento caiu do nono andar — uma altura que, contando os três pavimentos da garagem, chega a 36 metros. As vítimas foram levadas para os hospitais Miguel Couto, na Gávea, e Souza Aguiar, no Centro. Antes do fim do dia, todas foram liberadas.

Uma das pessoas que estavam no elevador contou que a cabine começou a tremer e a descer lentamente até que, num determinado ponto, caiu a uma velocidade maior:

— Na hora que bateu no fosso, achei que ia morrer. Esse elevador sempre deu problemas. No começo, quem trabalha no prédio achou que fosse normal. Mas, quando caímos de verdade, as pessoas ficaram nervosas. Todos entramos em pânico — disse a mulher, que pediu para não ser identificada.

Segundo ela, um colega de trabalho rompeu os ligamentos do joelho e chegou a chorar de dor.

— Não dava para saber se iria pegar fogo. Felizmente, as portas foram abertas rapidamente. Quando saímos, começamos a sentir tontura, pressão baixa, e algumas pessoas tremiam.

Segundo o porteiro do prédio, Aldair Silva, de 51 anos, o elevador, com capacidade para dez pessoas, tinha acabado de passar por uma reforma. Ele disse que a empresa Otis, responsável pela manutenção, havia liberado o uso do equipamento há 15 dias:

— Tudo foi trocado, menos a cabine. Eu estava na recepção na hora do acidente e só ouvi os gritos e a barulheira.

Já o publicitário Matheus Tapioca afirmou que, depois da reforma, o equipamento apresentou diversos problemas. Ele disse que, inclusive, já chegou a ficar preso no elevador.

— Todo mundo cobrava do síndico e ele dizia que estava modernizando o elevador — reclamou o publicitário.

Crea notificará empresa responsável

Segundo o Conselho Regional de Agronomia e Engenharia do Rio (Crea-RJ), que enviou fiscais para avaliar as circunstâncias do acidente, a causa da queda não foi sobrepeso, mas um erro no controle do equipamento.

— A falha foi mecânica e provavelmente se deu no sistema de tração e frenagem. Os dois freios, principal e auxiliar, não funcionaram — disse Jaques Sherique, vice-presidente da entidade.

Sherique afirmou ainda que a empresa estava realizando manutenções no prédio sem atualizar as Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), essenciais para que os procedimentos sejam monitorados. O engenheiro avisou que a Otis será notificada.

A assessoria da Otis afirmou que tem feito a manutenção do equipamento mensalmente. Informou ainda que está investigando as causas do acidente e que, quando o laudo técnico ficar pronto, voltará a se pronunciar.

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