FOLHA DO ESTADO
O aquecimento do mercado de construção aliado ao período de seca vivenciado em Mato Grosso provocou um aumento na demanda por cimento nas últimas semanas e elevou em até 10% os preços do produto. Para suprir esse acréscimo na procura no comércio, o varejo tem buscado em Estados como Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais a quantidade que falta para atender o varejo estadual. Em meio a esse cenário os comerciantes têm repassado uma parcela dos custos gastos com o frete para buscar o valor final do produto. O preço do saco de 50 kg saltou em média de R$ 19,90 para R$ 22 na Grande Cuiabá, representando um reajuste de 10,5%. Porém, o valor pode variar dependendo da marca escolhida.
Segundo o representante da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Mato Grosso (Acomac/MT), José Wenceslau de Souza Júnior, esse cenário é resultado principalmente do início das obras para a Copa 2014, e irá mudar com a inauguração da nova fábrica da Votorantim Cimentos.
“Nós tivemos um grande aquecimento a partir do segundo semestre deste ano, o que é resultado principalmente de investimentos voltados à Copa. Tudo isso tem feito o comércio demandar o produto de outros Estados e assim apresentar um aumento no valor final. No entanto, com a nova fábrica esse cenário irá mudar”, explica.
VENDAS AGOSTO
As vendas do setor varejista de materiais para construção na capital tiveram crescimento de 8,5% em agosto se comparado a julho deste ano. Quando comparado agosto de 2012 a igual período do ano passado, o incremento é de 3% a 4%. Esses resultados colocaram o Estado acima da média nacional de 1,6%.
Segundo Wenceslau, as vendas do varejo começaram a reagir após um período turbulento que o setor vem vivenciando desde o ano passado.
“Nós acreditamos que de agora para frente vamos registrar um bom crescimento”, aponta o representante da Acomac.
Para João Eduardo, um dos empresários do setor, o resultado de agosto também está diretamente ligado às promoções feitas pelo comércio e em especial às quedas nas taxas de juros anunciadas pelos bancos.
“De certa forma os juros mais baixos, aliados ao aumento de prazos e às promoções, fizeram com que as vendas aquecessem”, pontua.
A expectativa do empresário é que para este mês as vendas cresçam em até 15% frente a agosto.
“Nós esperamos um resultado melhor, já que agora é momento de tocar as obras, antes que comecem as chuvas”, diz.