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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
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14 de Setembro de 2012, 14h:18 - A | A

NACIONAL / EFEITO SUS

Brasileiro aumenta gasto com remédios e planos de saúde

m cinco anos, peso das despesas com medicação subiu de 44,99% para 48,6% do valor destinado à sáude, enquanto gasto plano de saúde saltou de 25,9% para 29,8%

O GLOBO



O acesso a atendimento médico e a compra de remédios estão pesando mais no orçamento do brasileiro. Nos últimos cinco anos, a despesa das famílias com medicamentos subiu de 44,99% para 48,6% do valor total gasto com saúde, mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de 2008/2009, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. Já com planos de saúde, os desembolsos saltaram de 25,9% para 29,8% das despesas com saúde, item que absorve 7,2% do consumo das famílias, apenas 0,2 ponto percentual a mais do que na pesquisa anterior. Pelas contas do IBGE, na média, o valor mensal destinado pelas famílias ao consumo no período da pesquisa era de R$ 2.131.

A aquisição de remédios custa R$74,74 por mês, é de longe o mais alto entre as despesas com assistência à saúde, que somam em média R$ 153,81. Em seguida vem o plano de saúde, com valor de R$ 45,86. O terceiro item com maior peso, segundo o IBGE, são a consulta e o tratamento dentário, com R$ 7,29, isto é, 4,7% das despesas totais das famílias com saúde.

Na avaliação do economista especializado em arranjos familiares e consumo Reinaldo Gregori, a hipótese mais provável para explicar o aumento das despesas com remédios é a de encarecimento dos preços dos produtos no Brasil.

— Os medicamentos no país estão sobretaxados, são absurdamente altos, mais caros do que na Europa e nos Estados Unidos. Apesar de haver esforço do governo, como as farmácias populares, o preço é ostensivamente caro — avaliou o economista, que também é diretor da consultoria Cognatis.

A ascensão da classe C também explica, segundo Gregori, o aumento dos gastos com medicação.

— Essa fatia da população está começando a usar remédios a que antes não tinha acesso, que não são oferecidos no serviço público, e são mais caros — acrescentou o especialista.

Entre os mais pobres, os medicamentos chegam a representar 74,2% das despesas totais com saúde.

 Muitos medicamentos não são fornecidos pelo SUS e os meios de distribuição são limitados. Para os mais pobres, o custo de remédios de R$ 100, por exemplo, é altíssimo — disse Gregori.

O aumento das despesas com planos de saúde tem, segundo o IBGE, relação com a queda nos gastos em outros serviços, como hospitalização, que passou de 1% para 0,7% — a menor participação nos gastos totais com saúde —, e cirurgia, que recuou de 4,1% para 2,8%.

Esses outros itens pesquisados pelo IBGE – consulta médica, tratamento médico e ambulatorial, serviço de cirurgia, hospitalização, exames diversos, material de tratamento e outros – custam juntos R$ 25,94, quase um terço dos gastos com medicamentos e quase a metade dos gastos com plano de saúde.

Região Sudeste é onde mais se gasta com saúde

Apesar de, na média nacional, os gastos com saúde terem ficado praticamente estáveis na comparação com última POF, na região Sul, a fatia do orçamento destinada à saúde aumentou de 6,6% para 7% e no sudeste, a parcela passou de 7,5% para 7,9%.

As famílias das regiões Sul e Sudeste foram as que apresentaram as maiores médias de despesa, com R$ 170,74 e R$ 198,89, respectivamente. A região Norte foi a que apresentou a menor média de gastos, no valor de R$ 82,22, o que representa 4,9% do dispêndio de consumo total das famílias.

A POF é uma pesquisa domiciliar por amostragem, que investiga informações sobre características de domicílios, famílias, moradores e principalmente seus respectivos orçamentos.

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