O GLOBO
O presidente Jair Bolsonaro criticou, na manhã deste sábado, as pessoas que afirmam terem sido vítimas de tortura e perseguição durante o período da ditadura militar. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Bolsonaro encontra um homem em frente ao Palácio do Alvorada, que diz ser ex-soldado e afirma ter integrado uma operação militar que perseguiu Carlos Lamarca no início da década de 1970. Lamarca foi morto pelo Exército em 1971, em Ipupiara, na Bahia.
Durante o breve encontro entre Bolsonaro e o ex-solado, um terceiro interlocutor não identificado no vídeo diz que o período de ditadura foi de muita tortura. O presidente, então, rebate dizendo que "era tudo cascata".
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— Isso é papo. A maioria é tudo cascata para ganhar indenização — afirmou Bolsonaro.
O comentário do presidente acontece pouco mais de dez dias após a a Comissão da Anistia ter rejeitado 307 pedidos de anistia feitos por camponeses que alegavam ter sido alvo de perseguição política durante o período em que o Exército combateu militantes do PCdoB no interior do Pará.
Os processos rejeitados pela Comissão da Anistia se referiam a camponeses que viviam na região amazônica do Araguaia, onde guerrilheiros tentaram por anos combater a ditadura militar. Segundo os processos, os camponeses foram alvo de perseguição, maus-tratos e tortura durante o período. Muitos alegam que foram presos ilegalmente e utilizados como guias pelos militares na caça aos guerrilheiros.
Entre os rejeitados, havia pedidos protocolados entre 2004 e 2018.