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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
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13 de Dezembro de 2014, 09h:07 - A | A

NACIONAL / SERIAL KILLER

Assassino da Baixada disse à polícia que tinha uma lista de pessoas para matar

DO EXTRA



Com a mesma naturalidade com que afirma ter matado 43 pessoas nos últimos nove anos, Sailson José das Graças admitiu que seus próximos alvos já estavam marcados para morrer. A agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, o homem, preso na madrugada da última quarta-feira, contou que sua companheira, Cleusa Balbina, escrevia os nomes das pessoas que queria que Sailson matasse numa lista. Os nomes que encabeçam o pedaço de papel eram os de Raimundo Basílio da Silva, Fátima Miranda, Paulo Vasconcellos e Francisco Carlos Chagas - mortos nos últimos dois meses.

- A Cleusa exercia uma influência muito forte sobre ele. Todas as pessoas com quem tinha qualquer tipo de problema, ela pedia a Sailson para “resolver”. No depoimento, ele disse que essa lista existia, mas não a achamos quando fizemos a busca na casa em que eles viviam - afirmou o delegado Marcelo Machado, responsável pelo caso.

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Cleusa e Sailson não levavam uma vida a dois tradicional. Sob o mesmo teto do casal, uma pequena casa em Corumbá, Nova Iguaçu, morava também um ex-marido dela, José Messias - preso com os dois por participação nos crimes. E, em troca de cama, comida e roupa lavada, Sailson afirmou à polícia que tinha que matar as pessoas com quem Cleusa e José Messias tinham “problemas”.

Em 23 de outubro, Cleusa teria cismado que Francisco Carlos Chagas, com quem também se relacionava, teria roubado seu celular. Horas depois, o homem foi encontrado morto a facadas. Duas semanas depois, a mulher não perdoou Paulo Vasconcellos, que não teria devolvido R$ 40 reais que Cleusa havia emprestado. Paulo teve o mesmo fim que Francisco. Sailson confessou os dois crimes. Para a polícia, nesses casos, Cleusa foi a mandante e mentora intelectual das mortes.

No caso de Raimundo Basílio da Silva, morto em 30 de novembro, Cleusa pode ter tido uma participação maior no crime: de acordo com o relato de Sailson a agentes da DHBF, a mulher chegou a empurrar o homem, de 60 anos, em direção ao facão que seu companheiro segurava.

Por mais violento que fosse o crime, o trio não se preocupava em ser discreto. Quando Sailson, Cleusa e José Messias foram presos, estavam num bar em Corumbá, onde anunciavam para quem quisesse ouvir que haviam acabado de matar Fátima Miranda. A conversa foi interrompida depois que agentes da DHBF anunciaram a prisão em flagrante.sequência de mortes.

Supostas vítimas vão à delegacia

Apesar de Cleusa e Sailson não estarem mais na sede da DHBF, a especializada passou a ser procurada por mulheres que afirmam ser vítimas de Sailson. No fim da tarde, uma mulher de 22 anos, foi ao local para denunciar o homem por estupro e tentativa de homicídio. Ela contou que no dia 29 de outubro ele invadiu sua casa, em Belford Roxo, e a violentou na frente do filho de 2 anos. Mostrando marcas nos ombros, nos peitos e no pescoço, a mulher disse ainda que implorou a Sailson que não fizesse mal à criança e nem a ela, mas mesmo assim, segundo a denunciante, o criminoso foi até a cozinha, pegou uma faca e a golpeou.

- A criança chorava muito e eu implorava pela vida. Ele chegou a pegar o pescoço do meu filho, mas eu implorei para que o deixasse em paz. Minha casa ficava numa rua bastante movimentada. Ele foi embora nu depois que eu gritei por socorro durante as facadas Ele foi embora, me deixando muito ferida. Ele disse que fez aquilo porque queria — contou a vítima, que registrou o caso na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Belford Roxo. Ontem, ela não fez o reconhecimento do criminoso.

Mais cedo, a mãe de outra mulher que havia sido vítima de um homicídio em Belford Roxo, procurou a especializada para dizer que Sailson havia assassinado sua filha. Após buscas no sistema da polícia, agentes explicaram que o assassino da filha da mulher já havia sido identificado e ainda mostraram a foto do homem á mulher, que confirmou que era engano.

Cleusa foi encaminhada para o sistema prisional. Já Sailson vai passar o fim de semana na Polinter, no Jacarezinho, onde vai continuar a ser ouvido pelo delegado Marcelo Machado. Após o fim dos depoimentos, ele será encaminhado a um presídio.

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