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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
06 de Maio de 2024

16 de Agosto de 2016, 15h:58 - A | A

JUDICIÁRIO / TERRENO DE R$ 13 MILHÕES

Delator afirma que Zílio pagou com cheques de extorquidos e caixa de dinheiro

O terreno teria sido pago com cheques de empresas ligadas ao governo do Estado, como a Consignum, Gráficas Liz e EGP, Casa da Engrenagem, Trimec, Dismaf, entre outros, além de R$ 3 milhões que teriam sido levados em espécie dentro de uma caixa.

CELLY SILVA
DA REPORTAGEM



O primeiro delator da Operação Sodoma, a depor nesta terça-feira (16), na Sétima Vara Criminal de Cuiabá, o arquiteto José da Costa Marques, que foi “testa de ferro” do ex-secretário de Administração do Estado, César Zílio, na compra de um terreno na Avenida Beira Rio, em Cuiabá, pelo valor de R$ 13 milhões, alegou à juíza Selma Rosane de Arruda, que não tinha conhecimento sobre a ilicitude dos recursos para o pagamento do imóvel, que conforme a testemunha foi custeado com cheques  de empresas ligadas ao governo do Estado, como a Consignum, Gráficas Liz e EGP, Casa da Engrenagem, Trimec, Dismaf, entre outros, além de R$ 3 milhões que teriam sido levados em espécie dentro de uma caixa.

O arquiteto diz que não desconfiou da transação porque Zílio alegava que iria comprar a área para construir um shopping popular, mas na ocasião não poderia deixar seu nome aparecer porque era gestor público.

O arquiteto diz que não desconfiou da transação porque Zílio alegava que iria comprar a área para construir um shopping popular, mas na ocasião não poderia deixar seu nome aparecer porque era gestor público. O delator ainda frisou que era comum o uso de cheques de terceiros por seus clientes.

Assim que quitou o terreno Zílio ainda protelou a lavra da escritura alegando que não poderia aparecer como dono do imóvel porque não tinha aporte financeiro para justificar a aquisição.  A partir de então o primeiro contrato de compra do terreno, que a empresa de Marques (Matriz) aparecia como dono do imóvel passou para um segundo contrato no qual a Matrix passava o imóvel para o pai de Zílio, simulando a venda.

Em 2015 Zílio fez um terceiro contrato alegando que o pai dele não poderia figurar como único dono por não ter patrimônio compatível. Este terceiro contrato também trazia a Matrix e William Mischur, dono da empresa Consignum, como proprietários.

“Eu achei que estava fazendo uma operação normal”, disse o arquiteto alegando que nunca desconfiou de Zílio, pois se conheciam há dois anos, desde quando ele fez o projeto da casa do ex-secretário.

Segundo ele a “ficha só caiu” quando a imprensa começou a entrar no tema.

“Eu estava muito desconfortável porque estava vendo que havia alguma coisa errada”.

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