MAYARA MICHELS 8h00
DA REDAÇÃO
Há 12 dias quem necessita dos serviços da Polícia Civil está tendo dificuldades por causa da greve de agentes e escrivães. Segundo o publicitário Júnior Brasa, que teve sua agência de propaganda assaltada na noite desta segunda-feira (11), a ação dos criminosos foi gravada pelas imagens de circuito interno, mas teve transtornos para realizar o Boletim de Ocorrência (BO).
Segundo Brasa, durante a manhã ele foi à Central de Flagrante registrar a ocorrência, mas encontrou portas fechadas. Como, por lei, foi determinado que 30% do efetivo trabalhe, a delegacia estava atendendo apenas as ocorrências de flagrante. Brasa então teve que se deslocar até outra delegacia da Polícia Civil, localizada na Prainha.
Por meio da assessoria de imprensa a Polícia Civil informou que, durante a greve, a comunidade poderá registrar Boletins de Ocorrências, das 7h ás 19, na prainha. Depois desse horário e nos finais de semana e feriado, somente na Central de Flagrantes do bairro Planalto.
No mês de setembro cerca de 400 novos policiais serão formados e incorporados. A previsão é que até final do ano, um novo concurso seja aberto para completar as vagas, já que 1.237 pessoas passaram no concurso, porém a expectativa é de apenas 400 se formem.
Segundo o presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil e Agentes Prisionais de Mato Grosso (SIAGESPOC), Cledison Gonçalves da Silva, a sociedade tem que entender e ter paciência. "Os Boletins estão sendo arquivados. Assim que acabar a greve os policiais irão investigar", confirmou o presidente.
Mas para o operador de caixa Ricardo Leão, que teve sua moto roubada há quatro dias, o arquivamento das ocorrências para investigar depois facilita a ação dos criminosos. "O certo é investigar enquanto eles estão nas redondezas. Desse jeito a polícia abre tempo para eles fugirem e eliminar as provas e sumir com a moto", disse o vendedor.