REDAÇÃO
O juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, decidiu não analisar o processo que apura supostas ameaças do ex-secretário de Estado de Segurança, Rogers Jarbas, contra o delegado Flavio Stringuetta, ocorridas em março do ano passado, no estacionamento do Supermercado Big Lar, em Cuiabá.
A decisão, em que declinou da competência, foi proferida na última quarta-feira (14) a pedido do Ministério Público Estadual (MPE). Com a medida, o processo será julgado pelo juiz Jorge Luiz Tadeu, da 7ª Vara Criminal da Capital.
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A ação deu origem após Stringuetta registrar Boletim de Ocorrência contra o ex-secretário relatando ter sido ameaçado de morte no estacionamento do supermercado, no bairro Jardim das Américas.
O delegado contou que encontrou Rogers ainda dentro do estabelecimento comercial. Após se cumprimentarem, ele teria sido seguido e abordado pelo ex-secretário no estacionamento. Rogers, segundo o investigador, se mostrou acintoso e provocativo, adotando uma postura de muita proximidade, o chamando de covarde, mentiroso e safado.
Neste caso, o magistrado concordou com o Ministério Público e destacou que o caso trata-se do crime de “coação”, ou seja, “usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral”. Em seguida, João Bosco Soares da Silva determinou a remessa dos autos para o Juízo da 7ª Vara Criminal.
Motivo das ameaças
Uma das principais alegações do ex-secretário seria a de que sua prisão foi armada pelo delegado no esquema dos grampos e que teria sido Stringuetta quem convenceu o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, a determinar sua prisão no processo.
Rogers, conforme a denúncia, ainda teria afirmado que a delegada Alana Cardoso mentiu em depoimentos e que ele “acabaria com todos eles. Que montaria um processo e ainda ganharia dinheiro deles”.
“No final da conversa, Rogers disse novamente que era para resolvermos nosso problema como homens. Pediu para o comunicante marcar o dia, hora e local para tanto”, afirma Stringuetta na denúncia.